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‘PM agiu com energia, não violência’, diz chefe da assessoria militar da prefeitura

Coronel da PM Carlos Eduardo Falconi defende ação dos policiais e diz que, antes do início do protesto, 'já tinha alguns presos com coquetel molotov'

Por Felipe Frazão 14 jun 2013, 14h44

“A palavra ontem [quinta-feira] não foi violência, foi energia. É o que a população estava pedindo e foi o que a Polícia Militar fez”

Chefe da Assessoria Militar da prefeitura de São Paulo, o coronel da Polícia Militar Carlos Eduardo Falconi defendeu nesta sexta-feira a ação da Polícia Militar (PM) para impedir que manifestantes tomassem a Avenida Paulista e deixassem novo rastro de destruição na principal avenida da cidade. Para Falconi, a PM atendeu ao anseio dos paulistanos ao agir “com energia” na contenção de atos de vandalismo que marcaram as manifestações desde a semana passada. Ele disse não ver motivos para comparações com a repressão policial em atos estudantis de 1968, época de endurecimento da Ditadura Militar no país: “A PM é democrática”. Falconi conversou com o site de VEJA no saguão da prefeitura nesta sexta-feira.

Houve violência da polícia na ação desta quinta-feira? A palavra não foi violência, foi energia. É o que a população estava pedindo, e foi o que a Polícia Militar fez, agiu com energia. Agora, pode ter tido um ou outro excesso, pode. Isso tem de ser apurado com certeza. Mas tinha que agir com energia, porque, senão, vai ficar até quando esse tipo de movimento? Uma coisa é fazer manifestação, e a polícia estava garantindo o direito de ir e vir e de fazer manifestação, porque a polícia é democrática. Essas comparações com maio de 1968, de ditadura, não tem mais nada disso. Já imaginou acontecer um movimento desses na Copa do Mundo, no dia de jogo do Brasil, aqui? Como faz?

A Corregedoria da PM vai apurar se houve excessos? Com certeza. Estava cheio de helicópteros nossos filmando. Tinha dois Águia filmando, porque a manifestação estava com duas frentes. O que tem de ser estudado é esse fenômeno, o que está acontecendo. Se você olhar pelo lado da sociologia, por exemplo, vai ver que tem um fenômeno um pouco diferente. A coisa se espalha pelas redes sociais, não se acha exatamente quem são as lideranças. Tem uns que querem negociar, outros não.

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O senhor acha que imagem do policial ferido por manifestantes na terça-feira, com a cabeça sangrando, provocou algum tipo de reação mais dura da PM? Por mais que se tenha a tropa preparada para esse tipo de coisa, pode ser, realmente, que tenha influência.

O senhor acha que a ausência de líderes dificulta a identificação de quem vai para protestar e quem quer vandalizar? Com certeza, dificulta. Normalmente, numa manifestação com liderança, você conversa e negocia: ‘Gente, não vamos fechar Paulista, porque tem sete grandes hospitais na região, vamos manter a manifestação civilizada, sem depredação e tal’. Tem de ter esse diálogo, não só com a autoridade municipal e a estadual, mas com a polícia também. É complicado.

O que a prefeitura pode fazer nos protestos, seja o prefeito ou a Guarda Civil Metropolitana (GCM)? Nós nos reunimos em todos os eventos e fazemos recomendações. O papel da prefeitura nesse caso é tentar fazer a negociação. O prefeito Haddad está tentando, mas o problema é que o pessoal não quer conversar.

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Mas o prefeito se recusou a dialogar enquanto houver manifestação e violência. É correto? Isso, não sei dizer, porque é posição política. Só posso dizer da parte técnica da polícia.

Como devem agir nos próximos protestos a PM e a Tropa de Choque? Da mesma forma como agiu na quinta-feira. Tudo começou quando foram detectados os pontos onde iam acontecer as atividades, obviamente, monitorando redes sociais, as informações chegam, e fazendo revista antes de começar a manifestação. Antes do início, já tinha alguns presos com coquetel molotov na frente do Theatro Municipal. Isso é só a prevenção. E garantir que a manifestação ocorra de maneira pacífica. Agora chega um momento que quem está lá tem outra intenção. Eu fui estudante e fiz manifestação também. Mas quando usa máscara, não quer ser identificado, aí tem um fenômeno social que acontece, você vira anônimo quando tem muita gente junto. Já não vem com objetivo pacífico.

Algumas pessoas que estavam fora da manifestação e jornalistas foram atingidos com balas de borracha. Infelizmente. Isso é uma coisa que vai ser apurada, com certeza, de maneira adequada, com sindicância e inquérito policial militar.

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Como se identifica quem faz parte da manifestação e quem está fora dela nesses momentos? Isso não é fácil de fazer, é “feeling”. Pessoas que estão lá infiltradas da PM, tem gente do próprio movimento que não quer que isso aconteça e dá informação. Ontem aconteceu, chegou a informação de vinte punks com paus e pedras descendo a Rua Vergueiro. Foram lá e pegaram esse grupo. Mas esses caras aproveitam a confusão, se infiltram no meio e botam na conta do movimento, esse é o grande problema. Assim como tem gente que provoca a violência para a PM reagir e depois fala que a PM é violenta. Precisa tomar muito cuidado. Esperamos que, no próximo, tudo seja mais pacífico.

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