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PF suspeita que mais empreiteiras repassaram propina a João Santana

A força-tarefa da Lava Jato já identificou que a empreiteira Odebrecht repassou R$ 3 milhões em contas secretas do marqueteiro no exterior

Por Da Redação 22 fev 2016, 12h35

A Polícia Federal investiga se outras empresas, além do Grupo Odebrecht, repassaram dinheiro ilícito ao marqueteiro João Santana, consultor da presidente Dilma Rousseff e alvo da 23ª fase da Operação Lava jato, deflagrada nesta segunda-feira. As suspeitas dos policiais são de que, por ter recebido dezenas de milhões de reais declarados no Brasil, repasses menos vultosos a Santana, como os 7,5 milhões de dólares já identificados pelos investigadores em contas secretas no exterior, devem ser resultado de propina do escândalo do petrolão.

Conforme revelou VEJA, durante a nona fase da Lava Jato investigadores detectaram indícios de que subsidiárias da empreiteira Odebrecht repassaram dinheiro a contas no exterior controladas por João Santana. Os indicativos são de que o publicitário recebeu secretamente dinheiro por meio de contas que o Grupo Odebrecht mantinha no exterior para quitar despesas de campanhas do PT.

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VEJA também mostrou que, ao analisarem o material apreendido ainda na nona fase da Lava Jato, os investigadores encontraram uma carta enviada em 2013 pela esposa de João Santana, Mônica Moura, ao engenheiro Zwi Skornicki com as coordenadas de duas contas no exterior. Sócia do marido, Mônica indicava uma conta nos Estados Unidos e a outra na Inglaterra para o repasse de recursos.

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Agora, a Polícia Federal investiga se o sistema de pagamentos feito pela Odebrecht foi replicado também por outras empreiteiras investigadas. A participação de outras empresas do Clube do Bilhão no abastecimento dos cofres do marqueteiro é reforçada por levantamento do Citibank de Nova York, instituição que mapeou transações da Odebrecht com o publicitário e que apresentou avaliação parcial de que outras empresas podem também ter feito transações ilegais a João Santana. “Podem haver documentos novos que comprovam outras transações da Odebrecht, além de desvio de outras empreiteiras para João Santana. Isso está sob apuração. É possível que sejam identificados outros pagamentos para ele, (…) documentos novos que comprovam outras transações”, disse nesta segunda-feira o delegado Filipe Pace.

A avaliação da PF é de que pessoas ligadas a partidos políticos, como o PT, eram beneficiadas com dinheiro sujo do escândalo do petrolão, simplesmente pela ligação delas com a legenda. Neste contexto estão o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e o ex-ministro José Dirceu, mas também o próprio Santana. Segundo Pace, o marqueteiro pode ser mais um “beneficiário de corrupção na Petrobras”.

“As investigações mostram que pessoas ligadas a partidos, não só ao Partido dos Trabalhadores, recebiam recursos da Petrobras justamente por sua ligação com o partido. Então a gente trabalha com linhas de que ele [João Santana] pode ter recebido dinheiro no exterior justamente por ser ligado ao partido, como simples beneficiário de corrupção na Petrobras”, comentou o delegado.

Odebrecht – Também alvo da 23ª fase da Lava Jato, o ex-presidente Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, será transferido do Complexo Médico-Penal, na região de Pinhais, para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para ser questionado sobre os repasses de dinheiro a João Santana e sobre o pagamento de propina a funcionários de outros países, não só do Brasil. “A Odebrecht também pagou funcionários públicos de outros países e Marcelo será perguntado sobre isso. A corrupção [praticada pela Odebrecht] não se limitava ao Brasil”, disse o delegado.

Segundo os investigadores, novos indícios apontam que Marcelo Odebrecht detinha o controle do caixa de propina do grupo e conhecimento amplo do uso de offshores para o depósito de dinheiro a corruptos. O foco da nova fase é o dinheiro recebido pelo marqueteiro das campanhas de Dilma e Lula, João Santana, no exterior – uma quantia de 3 milhões de dólares foi remetida ao publicitário pela Odebrecht a partir de contas ocultas em nome das offshores Klienfeld e Innovation, que já são alvo da Lava Jato por terem sido usadas para abastecer com propina os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Nestor Cerveró.

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Em nota, a defesa de Skornicki classificou a prisão como “desnecessária”, “já que desde a nona fase da Operação Lava Jato, denominada “My Way”, Zwi Skornicki sempre esteve no Brasil e à disposição das autoridades públicas para prestar esclarecimentos”.

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