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PF rebate Janot e diz diz ter seguido determinação do STF na Lava Jato

Pedidos de medidas adicionais para proceder nas investigações incomodaram os procuradores, que alegaram que houve um desajuste no processo

Por Da Redação
17 abr 2015, 13h00

A Polícia Federal emitiu nota nesta sexta-feira em que afirma ter agido de acordo com determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução das investigações da Operação Lava Jato. Um desentendimento entre o órgão e o Ministério Público Federal levou o Supremo a suspender temporariamente, a pedido do MPF, parte das investigações de políticos acusados de desviar recursos da Petrobras. “Como Polícia Judiciária da União, a PF age com o devido respeito a todas as instituições, bem como ao ordenamento jurídico brasileiro, velando por suas prerrogativas e autonomia funcional”, diz a nota.

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A PF, que é responsável pelo cumprimento das diligências solicitadas pelo Ministério Público Federal, esclarece que enviou, na última segunda-feira, um pedido de extensão de prazo das diligências pedidas pelo Ministério Público. O órgão informa que recebeu inicialmente o prazo de trinta dias para cumprimento de todas as diligências e oitivas das mais de cem pessoas arroladas nos inquéritos. “Para isso, o órgão reforçou o número de policiais dedicados a atuar exclusivamente no caso e passou a executar integralmente as diligências determinadas pelo Supremo Tribunal Federal”, diz o comunicado.

A corporação afirmou ainda ter elencado “outras providências consideradas essenciais para aprofundar as investigações, reforçando as provas dos inquéritos”, junto à solicitação encaminhada ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Os pedidos de medidas adicionais irritaram procuradores da República, o que levou o procurador-geral, Rodrigo Janot, a pedir a suspensão das diligências marcadas para esta semana.

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Como justificativa para a suspensão, procuradores alegam que houve um “desajuste” na ordem das ações, informação que é contestada pela PF. “Entre as determinações do STF, não consta uma ordem de preferência a ser observada para os depoimentos. Deve-se ressaltar, inclusive, que todas as oitivas realizadas até o momento contaram com a participação de membros do MPF”, esclareceu a Polícia Federal.

Para responder à argumentação do Ministério Público Federal, de que é o autor “incontestável” das investigações contra políticos, a PF diz que os pedidos feitos no âmbito da Lava Jato ao Supremo “observam o Regimento Interno do próprio STF, especialmente o artigo 230-C, que faculta ao órgão esse procedimento”. “A Polícia Federal tem o compromisso em elucidar os fatos investigados e aguarda para retomar a execução das diligencias”, diz a nota.

Coube, na quinta-feira, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tentar resolver o impasse. O ministro conversou com o chefe da PF, Leandro Daiello, e com Janot.

Divergências – Segundo fontes, a queda-de-braço entre procuradores e policiais federais acontecem desde o início das investigações do esquema de corrupção da Petrobras, mas a crise se intensificou na última semana. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, trocaram telefonemas nas últimas semanas diante do desentendimento na condução do caso.

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Janot teria iniciado a conversa, dizendo ao dirigente da PF que parlamentares buscaram a procuradoria pedindo que os depoimentos fossem feitos na sede na PGR, e não da PF, como vinha acontecendo. Já policiais federais constataram que esses pedidos de mudança no local dos depoimentos teriam partido dos próprios procuradores.

Em meio ao desentendimento, Zavascki aceitou o pedido de suspender sete dos 26 inquéritos existentes no Supremo que são relacionados à Lava Jato. As investigações suspensas temporariamente envolvem quarenta pessoas, entre eles, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na quarta-feira.

(Com Estadão Conteúdo)

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