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PF faz buscas em escritório usado pelo governador de MG

Agentes também vasculharam escritórios de agência de comunicação contratada pelo PT

Por Da Redação
25 jun 2015, 13h55

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira buscas em escritórios da agência de comunicação Pepper, que presta serviços ao PT, e em um escritório que era usado pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). As ações são parte da segunda fase da Operação Acrônimo, que apura se a campanha de Pimentel ao governo do estado em 2014 recebeu dinheiro do esquema operado pelo empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, colaborador de campanhas do PT.

Obtidos com exclusividade por VEJA, documentos levantam a suspeita de que Bené operava uma espécie de caixa paralelo na campanha de Pimentel ao governo. Além disso, indicam que a mulher de Pimentel, Caroline Oliveira, seria dona de uma empresa fantasma utilizada pela organização criminosa. Há a suspeita de que as empresas de Bené, que receberam cerca de meio bilhão de reais do governo federal desde 2005, tenham bancado gastos de campanhas eleitorais petistas. Bené chegou a ser preso no fim de maio, mas deixou a cadeia após pagamento de fiança.

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Agentes da PF cumprem dezenove mandados de busca e apreensão: dez em Brasília, sete em Minas Gerais (seis em Belo Horizonte e um em Uberlândia), um em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A agência Pepper é uma empresa contratada pelo PT para cuidar da página do Facebook da presidente Dilma Rousseff. Carolina Oliveira, mulher do governador e um dos alvos da operação, trabalhou na empresa. Os policiais apreenderam na sede da agência Pepper, em Brasília, um computador e mochilas com documentos. Segundo fontes, são feitas buscas também no hangar no aeroporto de Belo Horizonte que teria sido usado pelo governador de Minas e por sua mulher para a viagem de lua de mel, para Punta del Este, no Uruguai.

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Viaturas da Polícia Federal na sede da PF, em Brasília
Viaturas da Polícia Federal na sede da PF, em Brasília (VEJA)

Os policiais chegaram à sede da agência no início da manhã e a busca prosseguia por volta das 12h30. A ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, relator da Operação Acrônimo no Tribunal. O magistrado tornou-se relator do caso no Tribunal na semana passada, quando recebeu um pedido de inquérito encaminhado pela Polícia Federal para investigar a suposta participação de Pimentel no escândalo.

Um dos endereços em que a PF realizou busca e apreensão é a sede da empresa OPR, de Otílio Prado, ex-sócio de Pimentel na P-21 Consultoria, empresa que antecedeu a OPR e foi criada pelo governador após 2008, quando ele deixou a prefeitura de Belo Horizonte.

Agentes da Polícia Federal também estiveram no prédio em que funcionou um escritório de Pimentel na campanha de 2014 ao lado do Palácio Tiradentes. Os agentes saíram do edifício com um malote e um computador. A residência de Pimentel fica do outro lado da rua, a menos de 50 metros do prédio. O STJ negou autorização para que fossem realizadas buscas na residência e no gabinete do governador.

Em nota oficial divulgada pelo governo de Minas, Pimentel contestou a legalidade da operação da PF. “A operação de busca e apreensão é a extensão da arbitrariedade cometida anteriormente, quando os policiais estiveram no apartamento de sua esposa, em Brasília. Com base somente em ilações e deduções fantasiosas, essa investigação prossegue eivada de irregularidades. O governador e sua esposa reafirmam sua confiança na Justiça e colocam-se, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento, o que torna desnecessária e abusiva a reiterada tentativa de utilizar esse tipo de medida policial.”

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Operação – A Operação Acrônimo foi deflagrada no fim de maio, quando foram realizadas buscas na casa da primeira-dama de Minas e na sede de uma antiga empresa que pertencia a ela. Na semana passada, contudo, o caso chegou ao STJ diante de investigações que passaram a envolver a suposta participação do governador.

A apuração teve início em outubro de 2014, quando a PF apreendeu um avião que voava de Minas a Brasília com R$ 113 mil a bordo. Estava na aeronave o empresário Benedito Rodrigues, o Bené, que é próximo a Pimentel e possui empresas do setor gráfico. Bené chegou a ser preso na primeira fase da operação, mas deixou a cadeia após pagar fiança.

O advogado de Pimentel, Antônio de Almeida Castro, o Kakay, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que esteve na semana passada com o ministro Herman Benjamin e pediu acesso ao inquérito.

O advogado disse que o governador se colocou à disposição para esclarecer dúvidas. A PF suspeita de atos ilícitos envolvendo a campanha de Pimentel ao governo do Estado. “As investigações têm de ser feitas e qualquer cidadão apoia, mas parece que está havendo competição de qual investigação é mais importante”, reclamou Kakay.

(Com Estadão Conteúdo)

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