Para delegado, defesa ajuda a condenar o goleiro Bruno
Wagner Pinto, que acompanho as investigações desde o desaparecimento de Eliza Samudio, afirma que defensores tentaram aparecer mais do que proteger os réus
Por Da Redação
7 mar 2013, 07h30
Levado ao júri depois da condenação de seu ex-funcionário e amigo, o goleiro Bruno não teve como alegar inocência e acabou tentando apenas reduzir o peso das punições pela morte de Eliza Samudio. Este movimento era previsível, segundo o delegado Wagner Pinto, que participou das investigações do crime desde o desaparecimento de Eliza Samudio, em 2010. O atual chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil mineira acredita, agora, que o troca-troca de advogados e a postura de “estrelas” dos defensores de Bruno e seus comparsas serão decisivas para a condenação.
“Os defensores dos acusados procrastinaram demais. Essa estratégia foi um tiro no pé, pois a demora só serviu para fortalecer os conjuntos probatórios juntados nos autos e enfraquecer a união do bloco de advogados. Os réus desenvolveram interesses diferentes. Por fim, foi cada uma por si. Depois do julgamento de Macarrão, a saída era dizer que o funcionário resolveu o problema ao seu modo e ele ficou sem saber o que fazer”, disse o delegado.
Na opinião de Wagner Pinto, os advogados pareciam, em alguns momentos, mais preocupados com a autopromoção, com ações de repercussão midiática. Tornou-se padrão a tentativa de tumultuar os trabalhos da Polícia Civil e da Justiça, mais do que efetivamente defender os réus, afirma.
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As atitudes em busca de repercussão partiram, principalmente, do advogado Ércio Quaresma, que desde o início do caso fez mais barulho do que obteve sucesso na proteção de seu cliente. Quaresma começou defendendo Bruno. Depois de uma série de tumultos, foi afastado do caso, ao ser filmado consumindo crack e, em seguida, admitir ser dependente químico. No júri de agora, Quaresma reapareceu defendendo apenas o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. E também deu seu show: fez perguntas para uma cadeira vazia durante a ausência de Bruno, num claro movimento para cansar os jurados e confundir o cenário, diante da consolidação das provas contra Bola.
Na fase de inquérito, surgiram denuncias de tortura contra os delegados responsáveis pelo caso. Formou-se um “pacto” de silêncio dos suspeitos, com orientação da defesa, e repetiram-se boatos para tentar negar que Eliza estava morta. Em vários momentos, Quaresma e outros defensores deram declarações que tentavam desqualificar Eliza, que atuou em filmes pornográficos e tinha vida promíscua.
Mesmo com os julgamentos em curso, o trabalho da polícia no caso ainda não terminou. O policial aposentado José Laureano de Assis Filho, o Zezé, que pouco apareceu no início do caso, e o agora revelado Gilson Costa, também policial e ex-integrante do Grupo de Respostas Especiais (GRE), são alvos de investigações que correm em segredo de Justiça. Wagner Pinto não comenta o caso, mas a Polícia Civil já admitiu que ambos são suspeitos de participação na ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
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