Operação Guilhotina: mais dois policiais se entregam
Número de presos pela Polícia Federal já chega a 37, sendo 29 policiais
Segundo a PF, os policiais envolvidos receberiam propina para passar informações de operações a criminosos e venderiam material apreendido.
Mais um policial civil e um policial militar se entregaram no Rio de Janeiro. Até o momento, a Operação Guilhotina, que investiga o envolvimento de policiais com traficantes, milícias e a máfia dos caça-níqueis, já prendeu 37 pessoas, sendo 29 policiais – 20 PMs e 9 policiais civis. As equipes da Polícia Federal foram para a rua na sexta-feira com o objetivo de cumprir 48 mandados de prisão e 48 de busca e apreensão.
Segundo informações da própria PF, o policial militar se entregou às 23h30 de sexta-feira e foi levado ao Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, no subúrbio do Rio. Já o policial civil se entregou na 22ª DP, na Penha, na madrugada deste sábado. Ele foi transferido para o presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste.
Um dos alvos principais da megaoperação, o delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira, também foi transferido para Bangu 8, na noite de sexta-feira. Oliveira que chegou a comandar a Drae, unidade especializada na repressão às armas e explosivos no estado, já foi considerado um dos homens fortes da segurança no Rio. Há pouco mais de um mês, havia assumido a subsecretaria de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop), que combate, entre outros desvios, o comércio ilegal. O superintendente da Polícia Federal no Rio, Ângelo Gióia, afirmou que “há um conjunto probatório sólido” indicando a participação do delegado em uma série de crimes.
Os policiais envolvidos, de acordo com a PF, receberiam propina para passar informações de operações a criminosos e venderiam material apreendido. Entre as apreensões desviadas estaria parte do que foi encontrado no Conjunto de Favelas do Alemão, em novembro do ano passado.
Primo de Marcinho VP
Um dos policiais militares presos durante a Operação Guilhotina é primo do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP que é chefe da facção criminosa que teria orquestrado os ataques no Rio em novembro do ano passado e cumpre pena no presídio de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia. O primo do traficando é terceiro-sargento e estaria cedido à Delegacia de Combate às Drogas (Dcod).