Depois de o ex-presidente Lula orientar a reação dos parlamentares petistas diante da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, os deputados do partido precisaram de pouco tempo para demonstrar como a estratégia adotada é rasa. Na sessão da CPI da Petrobras nesta terça-feira, Wadih Damous (PT-RJ), escalado pelo próprio Lula para fazer parte da CPI no lugar de Afonso Florence (PT-BA), bradou contra os “dedo-duros”: “Tenho ojeriza ao dedo-duro, ao alcaguete. O delator nunca o faz espontaneamente. O delator mostra uma falha de caráter originária.”, disse ele. Já o colega Jorge Solla (PT-BA) achou outro culpado: os veículos de imprensa que divulgam o conteúdos dos depoimentos. “Não é possível que não tenha uma penalidade para o veículo de comunicação que faz a divulgação de um documento que está proibido de ser divulgado”, disse o petista – que, por ignorância ou má-fé, se esquece de que a obrigação de sigilo vale apenas para agentes públicos e não para os veículos de comunicação. (Gabriel Castro, de Brasília)