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Números revelam que abstenção alta é falha de cadastro

Listas de eleitores das capitais São Luís e São Paulo não são atualizadas desde 1986

Por Da Redação
30 out 2012, 09h48

A causa mais provável para o elevado índice de abstenção de eleitores no segundo turno das eleições – 19,11% no país – não é o desencanto político, mas a precariedade dos cadastros eleitorais. Por falta de atualização, eles acumulam nomes de pessoas que já morreram ou trocaram de endereço sem notificar à Justiça Eleitoral.

Nas cidades em que o cadastro foi atualizado recentemente, o índice de abstenção é, na média, 50% inferior ao índice nacional. Enquanto no domingo, em São Luís (MA), o índice bateu em 22% e chegou a quase 20% em São Paulo, na capital paranaense, Curitiba, ele ficou estacionado em 10%.

A explicação, segundo assessores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e cientistas políticos, está nas listagens de eleitores. Enquanto em São Luís e em São Paulo os cadastros não são atualizados desde 1986, o de Curitiba foi renovado este ano.

No processo, a Justiça Eleitoral do Paraná eliminou 200.000 eleitores fantasmas, dentro de um universo de 1,3 milhão de cadastrados. Se isso não tivesse ocorrido, eles ainda estariam engrossando o índice de abstenção.

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São Paulo, maior colégio eleitoral do país, tem 8,6 milhões de eleitores, dos quais 1,7 milhão deixaram de comparecer às urnas no segundo turno. No domingo, ao comentar esses números, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse considerá-los preocupantes e sugeriu que deveriam ser explicados por cientistas políticos.

Tudo sinaliza, porém, que a explicação está no envelhecimento dos cadastros. Na capital paulista é possível observar que, quanto maior a presença de pessoas com mais de 65 anos numa determinada zona eleitoral, maior o índice de abstenção. Pode-se atribuir essa variação a dois fatores: a falta de obrigatoriedade para o voto entre pessoas acima de 70 anos e as mortes de eleitores não notificadas à Justiça Eleitoral.

O TSE informa que todos os 299 municípios que tiveram o cadastro eleitoral atualizado entre 2011 e 2012 registraram taxas de abstenção menores.

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A falta de atualização do cadastro acaba alimentando avaliações como a que indicaria que parcelas significativas de eleitores preferiram não escolher nenhum candidato, seja no primeiro turno, seja no segundo. Essa análise soma os votos brancos e nulos ao índice de abstenção. Uma base de eleitores desatualizada pode levar a uma distorção do cenário.

A Corregedoria-Geral Eleitoral iniciou em 2011 um processo de recadastramento biométrico dos eleitores do país, a fim de digitalizar as informações e atualizar a base de votantes. A meta é concluir o processo até 2015.

(Com Estadão Conteúdo)

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