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Novo presidente vai enfrentar oposição intensa

Dilma Rousseff teria uma base menor do que a do primeiro mandato; Aécio Neves precisaria lidar com a oposição sem trégua do PT

Por Gabriel Castro, de Brasília
26 out 2014, 09h59

“Será um plenário muito mais aguerrido, com decibéis muito mais acima do que é normalmente. Agora o quadro está indo para um momento onde eles fomentaram o ódio. Teremos no Senado uma oposição com mais determinação, mais garra”, Ronaldo Caiado

Seja quem for o presidente eleito neste domingo, deve encontrar no Congresso uma oposição mais dura do que a que enfrentou o governo nos últimos quatro anos. A composição da Câmara e do Senado a partir de 2015 tem um equilíbrio maior de forças: PT e PMDB perderam espaço, enquanto o PSDB cresceu. A quantidade de partidos representados na Casa também aumentou. A nova Câmara terá nada menos do que 28 partidos – o maior número da história. E e essa fragmentação torna mais difícil ao governo a tarefa de formar uma base aliada coesa.

Conheça a composição do novo Congresso Nacional

Se ganhar, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) deve contar com uma base mais enfraquecida em comparação ao seu primeiro mandato. O rompimento do PSB com o bloco governista, a redução das bancadas do PT e do PMDB e o aumento no número de “rebeldes” dentro de partidos aliados tendem a dificultar o desempenho dela em um segundo mandato. “Seguramente, ela vai enfrentar uma oposição maior do que no primeiro mandato”, diz o professor David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília (UnB). Ele menciona como exemplo o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que é candidato ao governo do Rio Grande do Norte. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez campanha para o rival de Alves, Robinson Faria (PSD), e causou irritação em parte do PMDB.

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Além disso, alguns oposicionistas de peso retornarão ao Congresso: é o caso de José Serra (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), eleitos senadores. Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos deputados que mais enfrentaram o governo Dilma, também estará no Senado a partir de 2015. Caiado afirma que a campanha agressiva do PT contra Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) deve influenciar os ânimos na nova legislautra. “Será um plenário muito mais aguerrido, com decibéis muito mais acima do que é normalmente. Agora o quadro está indo para um momento onde eles fomentaram o ódio. Teremos no Senado uma oposição com mais determinação, mais garra”, diz ele.

Se Aécio vencer, terá que conquistar o apoio de siglas que orbitaram a chapa de Dilma Rousseff nas eleições. Essa tarefa não deve ser tão difícil. “Eu acho que Aécio vai poder puxar todos aquels partidos médios, como PSD, PR, PP e Pros. E o PMDB deve estar com ele”, avalia o professor David Fleischer.

Ainda assim, o tucano vai encontrar um partido que sabe fazer oposição persistente: o PT. No grupo, é possível que estejam outros partidos de esquerda, incluindo PDT e PCdoB. Se os petistas incomodaram o governo do PSDB na década de 1990, teriam agora um potencial ainda maior: depois de passar pela Presidência, o partido ampliou suas bases e aumentou sua força financeira.

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Por outro lado, Aécio pode enfrentar dificuldades se resolver implementar à risca sua proposta de enfrentar o aparelhamento do Estado e enxugar a máquina pública. Com menos espaço para acomodar os aliados, o efeito pode ser uma lealdade menor dos partidos da base no Congresso.

(Com reportagem de Marcela Mattos)

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