PSDB acusa governo da Paraíba de usar presos como cabos eleitorais
Campanha do tucano Cássio Cunha Lima exibiu imagens de detentos que cumprem pena em regime semiaberto fazendo panfletagem em João Pessoa
(Atualizado às 19h51)
O candidato tucano ao governo da Paraíba, Cássio Cunha Lima, acusou a campanha de Ricardo Coutinho (PSB), que tenta a reeleição, de usar presidiários que cumprem pena em regime semiaberto como cabos eleitorais. O programa eleitoral do PSDB na televisão exibiu imagens dos detentos, identificados nominalmente e com descrição dos crimes cometidos, distribuindo panfletos nas ruas de João Pessoa. O PSDB acionou o Ministério Público Eleitoral e a Vara de Execuções Penais sobre o caso.
Segundo a campanha de Cunha Lima, os presos fazem parte do projeto de ressocialização O Trabalho Liberta, da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado. Eles trabalham no Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran) e estariam sendo desviados do trabalho na repartição para fazer campanha.
O procurador eleitoral da Paraíba Rodolfo Alves Silva afirmou que o Ministério Público Eleitoral irá ouvir os presos para saber em quais circunstâncias eles foram chamados para fazer campanha e em que horário a panfletagem foi realizada. “Eles podem se dedicar a outras atividades, mas fora do horário de trabalho”, diz o procurador.
Em nota, o governo da Paraíba negou que os funcionários do Detran tenham sido coagidos a atuar na campanha de Coutinho. “Por fim, o Governo do Estado da Paraíba lamenta que, mais uma vez, o processo eleitoral estimule o levantamento de acusações infundadas contra uma gestão que, comprovadamente, age com respeito e compromisso, em nome da legalidade e da preservação dos princípios constitucionais da moralidade pública”, diz a nota.
A campanha de Coutinho se manifestou por meio de nota na qual ressalta o direito de apenados em demonstrar posições políticas. “Querer privar a liberdade de uma pessoa professar suas preferências políticas é uma atitude digna de coronéis que se acham donos da consciência do povo. A ‘velha política’ passou. Todos aqueles que, por algum motivo, tenham sido condenados pela Justiça, pagaram ou estão pagando suas penas, seja por homicídio ou por corrupção eleitoral, têm o direito garantido por lei de expressar suas convicções políticas, ideológicas ou suas intenções de voto”, diz a nota.
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