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Ministro do TCU não vai conduzir investigação sobre filho de Cedraz

Ministros não querem assumir relatoria do processo, por considerarem que seria um desgaste perante Aroldo Cedraz, presidente do órgão e pai do investigado Tiago Cedraz

Por Da Redação
20 ago 2015, 08h29

O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), avisou aos colegas de plenário nesta quarta-feira que não vai, por ora, conduzir investigação sobre denúncias de tráfico de influência envolvendo o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte, Aroldo Cedraz. O TCU anunciou há quase um mês a abertura de uma apuração preliminar sobre o caso, que não avançou. Ministros resistem em assumir a relatoria do processo, sob o argumento de que seria um constrangimento e um desgaste perante Aroldo Cedraz.

Em julho, o escritório do advogado foi alvo de buscas na Operação Politeia, braço da Lava Jato que apura a suposta atuação dele para influenciar decisões da Corte, com base em depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, delator do esquema de corrupção na Petrobras.

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Tiago fez fortuna à frente da banca, com forte presença no órgão comandado pelo pai. Circula com desenvoltura pelos gabinetes da corte e tem relações próximas com alguns ministros. Um relatório do TCU, obtido por meio da Lei de Acesso à Informação, relaciona ao menos 79 visitas dele ao prédio do tribunal em Brasília desde o fim de 2006, ano em que começou a atuar como advogado.

A investigação preliminar foi instaurada por Raimundo Carreiro, corregedor do TCU, mas ele não ficou à frente do caso, pois foi citado na delação de Pessoa. Em depoimento, o empresário disse ter pago 1 milhão de reais para que Tiago atuasse em caso relacionado a obras na usina de Angra 3. No TCU, Carreiro é o relator de processos sobre essas obras. O ministro e Tiago negam qualquer participação em ilícitos.

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Nardes foi sorteado o relator na semana passada e, desde então, vem dizendo que não decidiu se ficará na função. O aviso de que não vai assumir a relatoria, ao menos por enquanto, foi discutido em sessão reservada do tribunal, com os demais ministros. A justificativa é que Carreiro, como corregedor, tem de definir primeiro sua situação, declarando-se oficialmente suspeito ou impedido para conduzir a investigação.

O impasse ainda não tem solução. Os integrantes da Corte discutem a possibilidade de que uma comissão de ministros leve a apuração adiante. Uma decisão a respeito, contudo, não foi tomada. “Isso é um abacaxi”, disse, reservadamente, um dos ministros.

Nesta quarta-feira, Nardes não foi encontrado para comentar o assunto.

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(Com Estadão Conteúdo)

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