Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Manifesto em favor da democracia reúne mais de 500 assinaturas em ato público

Por Adriana Caitano
22 set 2010, 16h57

Juristas, sociólogos, empresários, professores e estudantes uniram-se em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro da capital paulista, nesta quarta-feira, para dar início ao que chamam de Manifesto em Defesa da Democracia. Cerca de 500 pessoas repetiram o texto que expressa indignação com as recentes afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a imprensa, e que foi lido no local pelo jurista e ex-vice-prefeito de São Paulo no governo de Marta Suplicy, Hélio Bicudo.

Entre os presentes estava Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, que considerou fascista a atitude de Lula ao dizer que não precisa da opinião pública. “Na medida em que o presidente passou a denunciar a imprensa e dizer que não precisa de formadores de opinião, que ele é a opinião pública, essa é uma ideia substancialmente fascista. Ele sai da cadeira de presidente da República para ser um insuflador contra a imprensa, isso é um caminho perigoso para o autoritarismo”, indignou-se.

O rabino Henry Sobel também compareceu ao evento e assinou o manifesto. “A liberdade da imprensa é sagrada. Quem mexe com a imprensa livre está atacando os alicerces de toda a sociedade”, afirmou. José Carlos Dias, jurista que também foi ministro da Justiça no governo FHC, disse que “o presidente Lula ofende a imprensa quando se sente ofendido por ela”.

Assinaturas – O manifesto foi assinado inicialmente por 50 pessoas, como o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, o poeta Ferreira Gullar, a atriz Rosamaria Murtinho e os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola. Durante o evento no centro da cidade, foram coletadas mais 500 assinaturas. A intenção, segundo os organizadores, é espalhar o texto entre entidades que defendem a causa em todo o país e confrontar o movimento liderado pelo PT que pretende se reunir, no auditório do Sindicato dos Jornalistas, também em São Paulo, nesta quinta-feira, para um ato público contra o que chamam de “golpismo midiático”.

Continua após a publicidade

De acordo com outro ex-ministro da Justiça, José Gregori, o grupo se formou há 12 dias, quando o PT começou a se manifestar contra reportagens publicadas em diversos veículos e afirmou que a imprensa tem agido como partido. “A gota d’água foi um comportamento que não só fere a Constituição, mas também fere a causa que ela defende, principalmente a frase do Lula dizendo ‘nós somos a opinião pública’. A opinião pública é o pluralismo que a gente defendeu e que lá no passado ele também ajudou a defender. Ele é o presidente de todos os brasileiros, não pode virar um homem de partido, que vai para as ruas fazer o papel de alguém ligado ao partido”, explicou.

O jurista Hélio Bicudo, que participou da fundação do PT, mas hoje apoia a candidatura de Marina Silva (PV) à presidência, leu o manifesto do alto de um monumento em frente à faculdade e criticou especificamente o argumento de Lula de que tem atuado como cabo eleitoral de Dilma Rousseff somente após o expediente. “Ele não tem horário de trabalho, presidente é 24 horas, não tem essa de agora sou, agora não sou, não é um brinquedo de criança. Quando ele tenta desmoralizar a imprensa, tenta desmoralizar todos os poderes e isso é fascismo. A democracia é um árvore frágil, precisa ser regada todo dia”, afirmou o ex-vice-prefeito.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.