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Lula começa a se despedir de uma de suas atividades favoritas: as inaugurações

Presidente lança, em Niterói, o navio 'Sérgio Buarque de Holanda', última embarcação concluída durante seu governo

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
19 nov 2010, 15h13

“Não sei se fui eu que ajudei a Petrobras ou se foi a Petrobras que me ajudou. Acho que foi a Petrobras”, disse o presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a se despedir nesta sexta-feira de uma de suas atividades favoritas: as inaugurações. No último lançamento de um navio na condição de presidente da República – o primeiro depois das eleições -, Lula fez uma espécie de balanço ‘filosófico’ diante de uma platéia de operários, políticos e jornalistas. “Não sei se fui eu que ajudei a Petrobras ou se foi a Petrobras que me ajudou. Acho que foi a Petrobras”, admitiu, ao mesmo tempo em que deu sua versão particular da história recente de sua relação com a empresa: “Não sei se outro presidente vestiu tanto a camisa da Petrobras como eu”, afirmou.

O lançamento em questão era o do navio Sérgio Buarque de Holanda, da Transpetro, o terceiro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). A embarcação vai transportar derivados de petróleo. Ao todo, segundo o governo federal, o Pronef deve entregar 49 embarcações até 2015, com um investimento total de 10 bilhões.

Sempre ao lado do presidente, o governador Sérgio Cabral precisou ‘brigar pelo microfone’ para o amigo. Reclamando do excesso de discursos, Cabral deu uma ‘bronca’ no presidente da Transpetro, Sérgio Machado – o que mais se alongou. “O Sérgio Machado sentiu falta do Senado e falou uma hora aqui”, disse, antes de dar a palavra ao presidente.

Com o microfone, Lula dedicou-se, então, à sua outra especialidade. “Não podemos transformar um lançamento de navio em um ato chato, cheio de discursos”, criticou. “Depois de certa hora, a lombriga maior começa a querer comer a menor”, brincou, certo de que a turma que pega no pesado já passava da hora do almoço, depois do meio-dia.

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Lula agradeceu aos operários o apoio dado a ele e a Dilma Rousseff. “Nos momentos difíceis que passei na presidência da República desse país, foi a ‘peãozada’ que disse: mexeu com o Lula, mexeu comigo”, disse.

Maria da Penha, madrinha do navio 'Sérgio Buarque de Holanda' e o governador do Rio, Sérgio Cabral
Maria da Penha, madrinha do navio ‘Sérgio Buarque de Holanda’ e o governador do Rio, Sérgio Cabral (VEJA)

Eleições – Apesar de passadas três semanas do segundo turno das eleições, o presidente ainda fez referências à disputa eleitoral. “Muita gente deve estar se perguntando: como um peão conseguiu fazer mais do que eu?”, afirmou, no momento em que comprometia-se, pela presidente eleita, a conservar as boas relações com o governador Sérgio Cabral.

A família de Sérgio Buarque de Holanda foi representada pela cantora Miúcha, que também mereceu um agradecimento especial do presidente. Lula citou o compositor Chico Buarque – irmão de Miúcha e filho do historiador – e lembrou as palavras do artista em um ato de apoio à candidatura de Dilma Rousseff no Rio. “No ato de apoio à Dilma, Chico Buarque teve a coragem de dizer que gostava desse governo porque não falava fino com os EUA nem falava grosso com o Paraguai. Nós não queremos falar grosso com ninguém. Queremos é ser respeitados”, disse o presidente, aplaudido.

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A madrinha escolhida para o navio foi a farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que deu origem à Lei Maria da Penha. O motivo da escolha foi a proximidade com o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, celebrado na próxima quinta-feira.

Pré-sal – Na saída do estaleiro, Lula afirmou que o projeto de lei sobre o novo marco regulatório do petróleo no Brasil não deve ser aprovado pela Câmara dos Deputados em 2010. O presidente lembrou que a proposta que está em trâmite – de rateio dos royalties entre todos os Estados e municípios, sejam eles produtores ou não – não é a mesma apresentada pelo governo federal.

“A proposta nunca foi de rateio. Fizeram uma bobagem eleitoral. Agora, nós temos que agir com seriedade. Não se deve tirar do Rio o que ele tem de direito. Tem que tudo ser feito de modo acordado”, disse.

Antes, durante seu discurso, Lula já havia tranquilizado Cabral, falando em nome de sua sucessora. “Você pode ter certeza que a companheira Dilma vai te tratar melhor do que eu. E que o Rio vai continuar recebendo o que tem direito”, avisou.

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