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Lindemberg atirou para ‘mostrar que não era bonzinho’, diz sargento da PM

Depoimento do policial Atos Antônio Valeriano, que liderou as negociações com o réu, encerra o primeiro dia do julgamento em Santo André

Por Branca Nunes, de Santo André
13 fev 2012, 20h17

Primeiro policial a negociar a rendição de Lindemberg Alves Fernandes, o sargento Atos Antônio Valeriano afirmou, nesta segunda-feira, que o jovem ameaçou por diversas vezes atirar em Eloá Cristina Pimentel e nos demais reféns e, depois, se matar. Durante as conversas, o PM chegou a ser alvejado pelo acusado. De acordo com o depoimento do policial, após o disparo, Lindemberg afirmou: “É para mostrar que não sou bonzinho.”

Entenda o julgamento

  1. • Lindemberg Fernandes é acusado de doze crimes, entre eles o assassinato da ex-namorada Eloá Pimentel, de apenas 15 anos, em 2008. O julgamento deve durar três dias.
  2. • Etapas:

    – Os sete integrantes do júri popular são sorteados entre 25 moradores de Santo André pré-convocados.

  3. – Em seguida, são ouvidas as cinco testemunhas de acusação. Depois, as 14 testemunhas de defesa. Todas podem ser questionadas tanto pela defesa como pela acusação.
  4. – A fase seguinte é o interrogatório do réu. É a última etapa antes da abertura dos debates, com duas horas de exposição para cada lado (acusação e defesa). Há ainda a possibilidade de réplica e tréplica.
  5. – Os jurados se reúnem na sala secreta para discutir o caso e votar a sentença.
  6. – A juíza Milena Dias, que preside o caso, lê a sentença. Se condenado por todos os crimes, Lindemberg pode pegar de 50 a 100 anos de prisão. Pela lei brasileira, no entanto, 30 anos é o tempo máximo que alguém pode ficar preso.

O depoimento de Valeriano no plenário do Tribunal de Justiça de Santo André — onde acontece o julgamento de Lindemberg, acusado de doze crimes, incluindo o assassinato de Eloá, em outubro de 2008 — encerrou o primeiro dia do júri. O julgamento será retomado nesta terça-feira com relatos de Ronickson Pimentel dos Santos, irmão mais velho da vítima.

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De acordo com o policial, a promessa de homicídio seguido de suicídio se renovou após a libertação dos dois primeiros reféns – Victor de Campos e Iago de Oliveira. Quando Ademar Gomes, advogado contratado pela família de Eloá, perguntou ao policial como ele definiria, em uma palavra, o réu, a resposta foi: “desequilibrado”.

“Ele alternava momentos de extrema calma e de extremo nervosismo. Fui xingado diversas vezes durante as negociações”, afirmou Valeriano.

Em seu relato, o policial militar afirmou ter encontrado o pai de Eloá falando ao celular com Lindemberg, e decidiu pegar o aparelho para conduzir as negociações. As conversas começaram às 18 horas da segunda-feira e seguiram até as 17 horas do dia seguinte – quando o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), batalhão de elite da PM, assumiu a negociação.

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Enquanto conversava com o sargento, Lindemberg chegou a disparar duas vezes: uma contra curiosos e outra contra Valeriano. A bala do segundo tiro ficou alojada em uma parede, 30 centímetros acima da cabeça do policial. Espantado, o PM perguntou ao réu. “Você vai atirar?”. Foi quando o policial ouviu o acusado dizer que não queria parecer “bonzinho”.

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