Lava Jato: MP quer que agências de propaganda façam delação
Procuradores acreditam que empresas sejam peça-chave para desmontar modelo de desvios em contratos milionários de propaganda do governo federal
Por Da Redação
14 abr 2015, 11h59
Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato vão estender a todos os órgãos públicos federais as investigações sobre o pagamento de propinas para políticos e agentes públicos na área de publicidade. Produtoras de áudio e vídeo terceirizadas pelas agências de propaganda detentoras das contas governamentais da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde serão incentivadas a fazer acordos de delação premiada, expediente difundido pelo Ministério Público Federal nas investigações da Lava Jato.
Os procuradores da República acreditam que produtoras possam ser a peça-chave para desmontar a engrenagem de um sistêmico modelo de desvios em contratos milionários de propaganda do governo federal, via pagamentos de comissão para firmas de fachada ligadas a políticos, entre eles o ex-deputado federal do PT André Vargas. Para isso, querem a colaboração espontânea das empresas, com a entrega de provas de pagamentos e nomes envolvidos, para possível negociação de redução de pena quanto as implicações criminais e cíveis dessas produtoras.
Pelo menos cinco produtoras são investigadas no esquema descoberto pela Lava Jato que levou o ex-deputado petista André Vargas (sem partido-PR), seu irmão Leon Vargas e o publicitário Ricardo Hoffmann, da agência Borghi Lowe, para a cadeia na sexta-feira. Eles foram alvos da 11ª fase das apurações, batizada “A Origem”. A Borghi Lowe mantém contrato bilionário com a Caixa e já recebeu 112,8 milhões da Saúde, conforme revelou o site de VEJA.
As produtoras de áudio e vídeo Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Conspiração Filmes, Sagaz Digital e Zulu Fillmes e a agência de publicidade Borghi Lowe foram alvos de quebra de sigilos bancário e fiscal decretada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato.
As produtoras foram flagradas fazendo pagamentos de comissão para duas firmas de fachada controladas por Vargas e seu irmão (LSI e Limiar Consultoria), depois de serviços prestados à Borghi Lowe em nas campanhas publicitárias da Caixa e da Saúde. As empresas de Vargas simularam participação na produção de comerciais por meio de notas frias, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal.
As cinco produtoras informaram que foram orientadas pelo publicitário Ricardo Hoffmann – que era vice-presidente da filial Borghi Lowe em Brasília – a realizar os pagamentos nas contas das empresas Limiar e LSI. A Caixa e o ministério disseram que abrirão apuração interna para averiguar os fatos. A agência informou que Hoffmann não é mais funcionário da empresa e que cooperou com as buscas.
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