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Lava Jato: cunhada de Vaccari deve depor nesta segunda

Marice se entregou à PF na sexta-feira. Segundo advogado, ela tem explicações para a movimentação financeira investigada

Por Da Redação
20 abr 2015, 09h23

A cunhada do tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Correa de Lima, deve falar nesta segunda-feira aos investigadores que integram a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Ela está presa desde sexta-feira, quando se entregou à Justiça. Considerada foragida até então, ela alegou que estava em um congresso profissional fora do país, no Panamá, até quinta, um dia depois da deflagração da 12ª fase da Operação Lava Jato. Na sexta-feira, o advogado de Marice, o criminalista Cláudio Gama Pimentel, afirmou ao site de VEJA que sua cliente tem “explicações para toda a movimentação financeira” sob suspeita.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Pimentel negou as especulações de que Marice tenha se deslocado ao Panamá para destruir provas e alterar supostos registros cartorários e bancários sobre offshores e remessas de valores dos Vaccari. “A participação dela no Fórum Sindical das Américas é pública, até no site é possível constatar o real motivo de sua viagem ao Panamá. Marice não foi lavar dinheiro ilícito, não foi apagar rastros de operações escusas. Foi participar do congresso sindical, apenas isso”, afirmou. “Não havia nenhuma restrição, nenhuma ordem judicial que impedisse Marice de sair do País e, seguramente, ela não sabia que poderia ter sua prisão temporária decretada”, assinalou o advogado.

De acordo com as investigações, Marice operava uma central de propinas em casa. De acordo com interceptações telefônicas da Operação Lava Jato, Marice recebia remessas de dinheiro, destinadas ao petista, em seu apartamento no bairro Cerqueira César, região central de São Paulo. No dia 3 de dezembro de 2013, Marice recebeu em sua residência duas entregas com o total de 244.260 reais, enviadas pelo doleiro Alberto Youssef a pedido da construtora OAS.

A cunhada também atuava como emissária de Vaccari. Segundo Youssef, Marice visitou uma vez seu escritório na capital paulista para retirar 400.000 reais em dinheiro – propina paga ao PT a mando da Toshiba, que participou de uma licitação da Petrobras para o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

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Negócios – A Justiça Federal suspeita da movimentação financeira e do crescimento do patrimônio de Marice. Ele teve os sigilos bancário e fiscal quebrados. Em 2011, ela declarou ter recebido 240.000 reais em indenizações trabalhistas e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, os investigadores não identificaram o crédito na conta bancária dela.

“O mais próximo deste valor são depósitos mensais entre março e novembro de 2011 do escritório de advocacia Luis E. G. S/C, que totalizam 200.000 reais, mas sem esclarecimento da natureza ou do propósito desses pagamentos”, escreveu o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.

Também gerou suspeita de lavagem de dinheiro a compra e a posterior devolução de um apartamento no Guarujá (SP) da empreiteira OAS. Vaccari foi cotista de uma unidade no mesmo prédio, e o ex-presidente Lula montou um tríplex no Edifício Solaris. O empreendimento era da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), que foi presidida por Vaccari e de onde ele teria desviado dinheiro para o PT, segundo o Ministério Público de São Paulo.

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“Como ali consta, Marice Correa Lima havia declarado o pagamento de 200.000 reais até 31/12/2012 pelo imóvel, mas ao desistir do negócio, em 2013, recebeu como devolução o valor de 430.000 reais. Mesmo a correção monetária dos valores pagos aparenta não justificar a diferença, uma vez que os pagamentos, segundo as declarações de rendimentos, iniciaram-se apenas em 2011.”

Em 2013, depois de receber de volta o apartamento, a OAS o revendeu por 337.000 reais, valor abaixo do pago pela construtora a Marice. Ela teria emprestado o dinheiro à sobrinha Nayara de Lima Vaccari, filha de Vaccari. Ela e a mãe, Giselda, também são investigadas por lavagem de dinheiro e por enriquecimento ilícito.

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(Da redação)

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