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Justiça decreta prisão preventiva de operador de propinas na Lava Jato

João Augusto Henriques recebeu R$ 20,2 milhões de empreiteiras e é suspeito de participar da corrupção na Diretoria Internacional da Petrobras

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 set 2015, 18h46

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou nesta sexta-feira a prisão preventiva do empresário e lobista João Augusto Henriques, apontado pelo Ministério Público como mais um operador do PMDB no escândalo do petrolão. Henriques estava em prisão provisória, que tem prazo pré-determinado de duração e venceria nesta sexta, mas o magistrado considerou haver indícios suficientes que ele poderia voltar a cometer crimes caso fosse colocado em liberdade.

De acordo com o Ministério Público, Henrique participou “de forma sistemática” da corrupção na Diretoria Internacional da Petrobras, operando contas ocultas no exterior onde eram depositadas propinas desviadas de contratos com a Petrobras. Para a Polícia Federal, a liberdade do operador de propinas “inviabilizaria a investigação”, já que “o investigado mentiu e ocultou das autoridades a existência de contas no exterior, seguramente utilizadas para a prática de crimes”. “Tais contas, assim como seus recursos, permaneceram alheias e longe dos olhos dos investigadores e dos representantes do órgão acusador, mesmo após a deflagração da operação”, disse a PF.

Segundo os investigadores, foram identificados mais de 20,2 milhões de reais recebidos pela empresa de Henriques, a Trend Empreendimentos, de empresas com contratos com a Petrobras, incluindo as empreiteiras Andrade Gutierrez, Mendes Junior, UTC e Engevix.

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Ao lado do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, Henriques é suspeito de participar de um esquema de corrupção para beneficiar a empresa americana Vantage Drilling no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer. Para os procuradores, pelo menos 31 milhões de dólares do esquema foram parar nas mãos de Zelada, de Eduardo Musa (ex-gerente do setor) e do PMDB, responsável pelo apadrinhamento político do ex-dirigente. No esquema, os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt Junior e João Augusto Henriques atuavam como intermediários da negociação, sendo que cabia a Padilha pagar a parte destinada a Eduardo Musa; a Raul Schmidt depositar a propina reservada a Zelada e a João Augusto Henriques pagar o dinheiro sujo ao PMDB.

De acordo com a acusação, em troca da propina, Zelada atuou diretamente no esquema ao praticar diversas irregularidades e manipulações para favorecer a companhia e ao não cumprir regras pré-estabelecidas pela Petrobras na celebração de contrato. A Comissão Interna de Apuração da própria estatal concluiu que o contrato não foi submetido à diretoria executiva da Petrobras, como recomendado, não houve a elaboração de um relatório final para a contratação da companhia, as propostas comerciais foram enviadas por e-mail, e a diretoria executiva teve acesso a um relatório incompleto sobre o processo.

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