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Justiça autoriza exumação do corpo do menino Juan

Pedido foi feito por defensor que representa um dos policiais que participaram da operação que resultou na morte do garoto

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 ago 2011, 20h04

Em mais um capítulo da triste história de Juan Moraes, a Justiça autorizou a exumação do corpo do menino de 11 anos, que morreu durante uma operação policial na favela Danon, onde morava coms eus pais. A juíza em exercício da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Larissa Nunes Pinto Salles, deferiu, nesta sexta-feira, o pedido da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, para a realização de novo exame de DNA no corpo. O defensor que fez o pedido é Antonio Carlos de Oliveira, que representa o policial militar Edilberto Barros do Nascimento, um dos quatro PMs que participaram da operação e são acusados de terem assassinado Juan e ocultado o corpo.

O menino foi morto no dia 20 de junho, durante operação policial na favela do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele estava voltando para casa com o irmão, Wesley, e os dois foram pegos no meio de um tiroteio. Wesley, ferido, correu para buscar socorro, mas Juan desapareceu. Seu corpo foi encontrado no rio Botas, em Belford Roxo. Na ocasião, a perícia informou que se tratava de uma menina. Depois de uma semana, no dia seis de julho, a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, confirmou que era Juan. Nesse dia, o diretor de polícia técnica, Sergio Henriques, reforçou a declaração de Martha. “Não há a menor sombra de dúvida de que se trata do menino Juan”, disse ele.

Posteriormente, a polícia informou que Juan foi morto por policiais, em operação na qual não houve confronto. “De acordo com as provas recolhidas, Juan morreu com um tiro no pescoço e ele foi baleado por policiais militares”, afirmou o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Ricardo Barbosa, responsável pela investigação do caso.

Apesar das declarações da polícia, a Defensoria Pública fez o pedido pela exumação com base no laudo que informou que o corpo encontrado no rio Botas era de uma menina. A coleta do material será feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, e a Coordenação de DNA da Defensoria Pública acompanhará o processo.

Veja os fatos principais da tragédia de Juan:

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20 de junho: policiais do 20º BPM (Mesquita) fazem uma operação em busca de traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu. Juan e seu irmão Wesley são pegos no meio de um tiroteio quando voltavam para casa.

No mesmo dia, PMs registram o caso como auto de resistência – situação de confronto que resulta em morte de suspeito – na 56ª DP (Comendador Soares). E informam ter encontrado com Wanderson uma pistola, uma granada e um radiotransmissor. Não falam sobre Juan.

21 de junho: a família de Juan de Moraes denuncia que ele foi baleado e está desaparecido.

24 de junho: a polícia admite que as armas e o rádio não pertencem a Wanderson. Mas o rapaz, que estava internado algemado à cama, só é solto quatro dias depois.

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25 de junho: os PMs que participaram da operação são afastados do serviço de rua, mas permanecem no mesmo batalhão, fazendo serviços internos.

28 de junho: oito dias depois da operação, é feita a primeira perícia no local. O chinelo que Juan usava quando desapareceu é encontrado. E, finalmente, começam as buscas pelo corpo.

30 de junho: dez dias depois do desaparecimento de Juan, polícia encontra um cadáver identificado como sendo de uma menina pela perícia.

5 de julho: A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, convoca a imprensa para comunicar que o corpo encontrado na semana anterior é de Juan. O delegado da 56ª DP e a perita que deu o laudo errado são afastados.

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20 de julho: A polícia informa que Juan foi morto por policiais, sem confronto

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