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Justiça australiana conclui que mãe era inocente em desaparecimento de bebê

Por Por Martin Perry
12 jun 2012, 10h39

A justiça concluiu que uma bebê desaparecida há 32 anos no deserto da Austrália foi levada por um dingo, um cão selvagem, encerrando um caso muito famoso que foi debatido por décadas no país, inspirando filmes e livros.

Azaria Chamberlain, uma bebê de apenas nove semanas, desapareceu de uma barraca perto de Uluro, ou Ayers Rock, em 17 de agosto de 1980, quando a família acampava perto de famoso monolito vermelho do centro da Austrália, um local sagrado para os aborígenes.

O corpo não foi encontrado. Lindy, a mãe, foi condenada pelo assassinato da criança e presa. O pai foi condenado a uma pena de prisão, mas com suspensão condicional, por cumplicidade.

A mãe sempre afirmou que a filha havia sido levada por um dingo.

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Nesta terça-feira, 32 anos depois do caso, a justiça australiana deu razão a Lindy.

“Acredito que um dingo agarrou Azaria e a arrastou para longe da barraca”, declarou Elizabeth Morris, legista, no Tribunal de Justiça de Darwin (norte). “Existem provas de que um dingo é capaz de atacar, apoderar-se e causar a morte de crianças muito pequenas”, acrescentou.

“Lamento profundamente a morte de sua filha tão especial e amada Azaria”, disse Morris, antes de completar que “o tempo não suaviza a dor e a amargura pela morte de um filho”.

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A justiça entregou aos pais da menina uma certidão de óbito revisada, no último capítulo de um caso que dividiu o país durante mais de 30 anos.

Diante do tribunal, Lindy Chamberlain-Creighton, que mais tarde se divorciou do pai de Azaria e se casou novamente, manifestou sua emoção.

“Naturalmente, estamos aliviados e satisfeitos de chegar ao fim desta odisseia”, afirmou Lindy, que tem mais três filhos.

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“A Austrália não poderá mais dizer que os dingos não são perigosos e só atacam quando são provocados. Vivemos em um país lindo, mas perigoso”, completou.

“Por fim sabemos a verdade”, declarou o pai de Azaria, Michael Chamberlain.

“Esta foi uma batalha terrível”, insistiu.

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A primeira investigação corroborou as afirmações da mãe, mas depois foi modificada.

Lindy Chamberlain foi condenada por assassinato depois de um processo que dividiu a opinião pública. Na prisão, ela deu à luz o quarto filho.

Depois que foram encontrados, por acaso, pedaços da roupa de Azaria perto de tocas de dingos em 1986, a condenação foi anulada e Lindy Chamberlain foi liberada.

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Uma terceira investigação, em 1995, não conseguiu chegar a uma conclusão.

O caso foi reaberto pela justiça australiana após novas informações sobre ataques de dingos. Estes cães selvagens mataram um menino de nove anos em 2001 e uma menina de dois anos em 2005.

O desaparecimento de Azaria Chamberlain foi levado ao cinema em 1988 com o filme “Um grito no escuro”. A atriz americana Meryl Streep interpretava a mãe, que luta por sua inocência, e Sam Neill interpretou o pai.

Por sua atuação, Streep venceu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes e foi indicada ao Oscar.

O caso também inspirou uma série de televisão, vários livros e até uma ópera, o que aumentou ainda mais o interesse do público pela tragédia.

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