Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Justiça aceita denúncia contra João Cláudio Genu e mais três na Lava Jato

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jun 2016, 15h10

juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em 1ª instância, aceitou nesta terça-feira denúncia do Ministério Público contra o ex-assessor e ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu e o transformou em réu por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Também passaram à condição de réus os carregadores de malas do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopez e Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, e o comparsa de Genu, Lucas Amorim Alves. Moro rejeitou denúncia contra a esposa de Genu, Cláudia Contijo Resende Genu, e contra o ex-policial Jayme Alves de Oliveira Filho.

De acordo com o Ministério Público, Genu participou do escândalo do petrolão como assessor do Deputado Federal José Janene (PP-PR), morto em 2010, e como tesoureiro do Partido Progressista. Ele próprio foi beneficiário de parte da propina dirigida à Diretoria de Abastecimento da Petrobras, na época do esquema comandada por Paulo Roberto Costa. Segundo a investigação, Genu recebia 5% da propina arrecadada junto à diretoria de Abastecimento na época de Janene. Com a morte do deputado e a assunção do doleiro Alberto Youssef como operador do PP, passou a dividir 30% da propina com o doleiro.

No esquema, foram identificados repasses de 4,39 milhões de reais, 125.000 euros e 390.000 dólares a Genu entre os anos de 2007 e 2013. Na entrega da propina, eram acionados os subordinados de Alberto Youssef, como Rafael Ângulo Lopez, Carlos Alexandre de Souza Rocha, e Jayme Alves de Oliveira Filho ou ainda utilizado o Posto da Torre em Brasília, de propriedade do doleiro Carlos Habib Chater, também já condenado na Operação Lava Jato.

Ao analisar o caso, o juiz Sergio Moro disse haver indícios de participação de Genu no crime de corrupção passiva, mas eximiu a esposa do ex-assessor de responder por lavagem de dinheiro. Ela utilizou parte da propina para a compra de joias não declaradas à Receita Federal, mas o magistrado afirmou não haver garantias de que ela soubesse da procedência criminosa do dinheiro.

Continua após a publicidade

Ao longo das investigações, o MP chegou à conclusão de que o ex-tesoureiro do PP era o intermediário do pagamento de 357,9 milhões em propina ao partido, entre 2007 e 2012. O valor corresponde a 1% dos contratos firmados pela área de Abastecimento da Petrobras, comandada à época por Paulo Roberto Costa, indicado ao posto pelo PP e hoje um dos principais delatores da Lava Jato. A “comissão” teria sido paga pelas empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior e OAS para a viabilização dos negócios com a estatal.

Com base na estimativa desse montante, o MP pediu à Justiça que cobre dos acusados um valor mínimo de 357,9 milhões de reais como “reparação de danos” aos cofres públicos. Esse ponto da acusação, no entanto, ainda será analisado pelo juiz Sergio Moro.

Genu está preso desde maio, quando foi deflagrada a 29ª fase da Lava Jato, batizada de Repescagem. O nome da operação foi uma referência direta ao ex-assessor, que já foi condenado no processo do mensalão por suspeita de ter embolsado 1,1 milhões de reais das empresas de Marcos Valério. Segundo os autos da Lava Jato, ele teria recebido dinheiro do petrolão, enquanto era processado no mensalão, o que mostra “indícios de profissionalismo e habitualidade na prática do crime“, conforme escreveu o juiz Sergio Moro ao decretar a sua prisão preventiva na ocasião.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.