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Julgamento do caso Eloá começa nesta segunda-feira

Lindemberg Alves Fernandes, ex-namorado da vítima, pode ser condenado a até 100 anos de prisão. Sentença deve sair em até três dias

Por Marina Pinhoni
13 fev 2012, 06h05

Começa na manhã desta segunda-feira o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, de 25 anos, acusado de matar a tiros a ex-namorada Eloá Pimentel, de 15 anos, em outubro de 2008. O assassinato aconteceu depois de Eloá e a amiga dela, Nayara Rodrigues, terem ficado quase cinco dias em cárcere privado no apartamento em que a vítima morava. O julgamento acontecerá no Fórum de Santo André, no ABC paulista, e pode durar até três dias. Lindemberg chegou às 8h15 ao Fórum de Santo André, no interior de São Paulo. Ele deixou o presídio de Tremembé, onde está preso desde o desfecho do caso, em 16 de outubro de 2008, por volta de 6h30, escoltado por duas viaturas da Polícia Militar.

Lindemberg é acusado pelo Ministério Público por doze crimes. Além do homicídio qualificado de Eloá, ele responde pela tentativa de homicídio de Nayara e do sargento Atos Valeriano; pelo sequestro e cárcere privado de Eloá, Nayara e de dois outros menores de 18 anos, que foram liberados nas primeiras horas da ação; e disparo de arma de fogo. Segundo a promotoria, se condenado por todos os crimes, a pena pode variar de cinquenta a 100 anos de reclusão. Pelas leis brasileiras, no entanto, o tempo máximo que alguém pode ficar preso é até trinta anos. Leia no Acervo Digital: As tintas do inferno

Entenda o julgamento

  1. • Lindemberg Fernandes é acusado de doze crimes, entre eles o assassinato da ex-namorada Eloá Pimentel, de apenas 15 anos. O julgamento deve durar três dias.
  2. • Etapas:

    – Os sete integrantes do júri popular são sorteados entre 25 moradores de Santo André.

  3. – Em seguida, são ouvidas as cinco testemunhas de acusação. Depois, as quatorze de defesa. Todas podem ser questionadas tanto pela defesa quanto pela acusação.
  4. – Interrogatório do réu. É a última etapa antes da abertura dos debates, com duas horas de exposição para cada lado. Há ainda a possibilidade de réplica e tréplica.
  5. – Os jurados se reúnem na sala secreta para discutir o caso e votar a sentença.
  6. – A juíza Milena Dias, que preside o caso, lê a sentença. Se condenado por todos os crimes, Lindemberg pode pegar de cinquenta a 100 anos de prisão. Pelas leis brasileiras, no entanto, o tempo máximo que alguém pode ficar preso é até trinta anos.

O MP apresentará ao júri laudos periciais que comprovariam que foi o acusado que atirou contra as vítimas, causando a morte de Eloá. A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, não foi localizada para informar qual será a estratégia de defesa. Serão ouvidas dezenove testemunhas – cinco de acusação e quatorze de defesa. O MP convocou Nayara, Atos, Victor de Campos e Iago de Oliveira, que foram feitos reféns, e Ronikson Pimentel dos Santos, irmão de Eloá. Jornalistas que participaram da cobertura do episódio e peritos criminais estão entre as testemunhas de defesa. Cárcere privado – O caso Eloá foi o mais longo cárcere privado da história policial de São Paulo. Inconformado com o fim do namoro de três anos, no dia 13 de outubro de 2008, Lindemberg tomou como reféns a ex-namorada Eloá Pimentel e uma amiga dela, Nayara Rodrigues, ambas, na época, com 15 anos de idade. Outros dois colegas de Eloá também foram feitos refém, mas liberados nas primeiras horas da ação. Por mais de cem horas, Lindemberg usou o apartamento da família da ex-namorada em Santo André como cativeiro. Nesse período, chegou a libertar Nayara, mas a menina, a pedido do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, voltou ao local e foi feita refém novamente. A invasão do cativeiro pela polícia não foi bem sucedida. Os policiais disseram que entraram no apartamento após um tiro desferido por Lindemberg, que Nayara nega ter existido. A demora do Gate em romper a barricada armada pelo criminoso na entrada do imóvel permitiu que ele tivesse tempo de atirar contra as adolescentes, antes de ser dominado. Nayara foi atingida com um tiro no rosto, mas sobreviveu. Eloá morreu com um tiro na cabeça e outro na virilha. Ao longo do cárcere, ela foi chutada, esbofeteada, ameaçada e humilhada a ponto de, ao final, exausta, pedir ao seu algoz para ser morta. “Ela sabia que não sairia viva de lá”, contou na época Nayara.

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