Invasões de sem-teto quase triplicam na gestão Haddad
Número passou de 257 para 681 entre janeiro de 2013 e novembro deste ano, segundo jornal
Quase triplicou o número de invasões de sem-teto nos dois primeiros anos da gestão de Fernando Haddad, informa reportagem desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo. De janeiro de 2013 a 4 de novembro deste ano, foram 681 invasões – ante 257 nos dois anos anteriores. O cálculo se baseia em dados de um grupo da Polícia Militar que gerencia casos do tipo, e se referem ao total de reintegrações de posse acompanhadas pela PM.
Nesta segunda, Haddad alterou decreto de 2010 para permitir a construção de 3.500 moradias populares em parte do terreno onde está a ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) batizada de Nova Palestina, na Estrada do M’Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo. O terreno de 1 milhão de metros quadrados, localizado às margens da Represa Guarapiranga, em área de manancial, estava previsto para virar parque – os conjuntos para famílias carentes vão ocupar 30% da área, enquanto os outros 70% permanecem destinados para uma nova área verde.
A decisão de Haddad tem respaldo em alteração que os vereadores fizeram em julho no Plano Diretor, aprovado sob pressão e protestos do MTST. O líder da entidade, Guilherme Boulos, promoveu acampamento de uma semana em frente à sede da Câmara Municipal, no centro da capital, exigindo dos vereadores dispositivos na nova lei que assegurassem a construção de moradias nos terrenos ocupados pelos sem-teto em Itaquera, na Zona Leste, na Ocupação Copa do Povo, e na Zona Sul, na Ocupação Nova Palestina.
Líderes do MTST exigiam do prefeito a construção de moradias em todo o terreno de 1 milhão de metros quadrados. Mas Haddad destinou apenas o “miolo” do terreno, de 300.000 metros quadrados, para os futuros prédios do Programa Minha Casa Minha Vida. Os conjuntos vão ficar a uma distância de 300 metros da Guarapiranga, como exige a lei das áreas de preservação e de mananciais.
A previsão do governo municipal é construir 3.500 moradias populares no terreno, o que deve ser feito em uma parceria entre o MTST, a prefeitura de São Paulo e o governo federal. A construção de um parque nos outros 700.000 metros quadrados do terreno também foi assegurada pela alteração feita por Haddad no decreto de 2010.