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O lixo vira caso de polícia no Rio

Policiais escoltam garis que querem trabalhar. Pelo menos quatro lideranças da greve são filiadas ao PR, de Anthony Garotinho

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
6 mar 2014, 12h24

No sexto dia da greve dos garis, as ruas do Rio de Janeiro ainda têm mau cheiro, acúmulo de resíduos dos dias de Carnaval e a coleta em vários bairros está prejudicada. A situação contrasta com os números oficiais da paralisação: segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e a prefeitura, só cerca de 300 garis estariam de braços cruzados. Diante de um contingente de 16.000, a sujeira parece grande demais para a perda de funcionários. Há ainda um número incerto de servidores impedidos de trabalhar por piquetes montados por grevistas, o que levou o município a usar a Guarda Municipal e reforços da Polícia Militar para garantir a integridade dos que não aderiram à greve ou que voltaram ao trabalho.

Na manhã desta quinta-feira, por volta das 10 horas, cerca de 100 garis faziam uma nova manifestação em frente à sede da Comlurb, na Rua Major Ávila, na Tijuca. O trânsito precisou ser desviado. Famoso por sua atuação no Carnaval e alçado à condição de celebridade depois de se apresentar no encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, o gari Renato Sorriso chegou ao local por volta das 10h30. Hostilizado por alguns, aplaudido por outros, Sorriso evitou tomar partido, e disse apenas que “o que é bom para os garis” é bom para ele. Sorriso pediu, no entanto, que os garis que querem trabalhar não sejam agredidos.

Como mostrou reportagem do site de VEJA na quarta-feira, há uma crescente participação de “não-garis” no movimento. Pelo menos uma representante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), conhecida como Ana Clara, estava em frente à Comlurb na quarta-feira, empunhando um megafone. Ana Clara tentou convencer o grupo a fechar a rua, mas os próprios garis avaliaram a medida como algo extremo e que prejudicaria o “apoio da população” à greve. Um manifesto que não foi feito pelos grevistas foi distribuído no local.

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São muitos os sinais de que a greve dos garis caminha para ser um novo “point” black bloc. Os grevistas são uma dissidência do sindicato. E não há um líder identificado para estabelecer o diálogo – exatamente como em outros movimentos recentes. É claro, no entanto, que há líderes coordenando o movimento. Pelo menos quatro deles têm ou tiveram vinculação com o Partido da República (PR), presidido no estado do Rio de Janeiro pelo ex-governador Anthony Garotinho. O gari Célio Viana foi candidato a vereador em 2012 pelo PR e foi a única liderança, das dez pessoas que se reuniram com o defensor público Nilson Bruno Filho, que não aceitou a contraproposta da Comlurb de reintegrar cerca de 300 garis demitidos que deixaram de trabalhar. Domingos Lopes Fernandes também foi candidato a vereador em 2012, mas se desligou do partido em maio do ano passado.

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Também são filiados ao PR os garis Alexandre Pais da Silva e João Carlos Bomfim Rosa. O secretário-geral do partido no Rio, Fernando Peregrino, negou que os protestos tenham recebido qualquer tipo de apoio financeiro ou logístico da legenda.

“Soube que tem gente do PSOL, do PMDB, do PSTU. Não temos nada a ver com esse movimento. Qualquer cidadão pode ser filiado a partido político”, disse Peregrino.

Chuva – Há um risco a mais desde a manhã desta quinta-feira. A previsão é de chuva para as próximas horas. Chuva e lixo acumulado são fatores críticos para deslizamentos, alagamentos e, no mínimo, mais sujeira espalhada pela cidade.

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