Depois de escalar uma tropa de choque para evitar a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), entre outros requerimentos explosivos, deputados governistas trabalham para encerrar a CPI do BNDES no dia 4 de dezembro, prazo original do colegiado. Na terça-feira, o presidente do CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), enviou um ofício pedindo ao presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a prorrogação do colegiado por mais 60 dias. Mas nesta quarta-feira, em sessão a portas fechadas, deputados do PT e do PMDB, que formam maioria na comissão, pressionaram para evitar que o prazo seja estendido e barrar a convocação do pecuarista José Carlos Bumlai e do ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar, alguns dos nomes que levaram o escândalo do petrolão até Lula. Cunha já deu declarações públicas de que iria estender a vigência da CPI do BNDES até o ano que vem. Mas pode mudar de ideia, levado pela irritação com o PSDB, que tem a vice-presidência na comissão e nesta quarta pediu seu afastamento da presidência da Câmara. (Marcela Mattos, de Brasília)