Funcionários da CPTM encerram paralisação
A empresa ofereceu reajuste salarial de 6,63%, vale refeição de 20 reais e Plano de Participação de Resultados de, no mínimo, 3 000 reais por ano
Os funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram voltar ao trabalho depois da assembleia realizada na noite desta quarta-feira. A empresa ofereceu reajuste salarial de 6,63%, estendido também para o auxílio materno-infantil, vale refeição de 20 reais por dia (atualmente o valor é de 18 reais por dia) e Plano de Participação de Resultados de, no mínimo, 3 000 reais por ano.
Embora reivindicassem aumento de 10,83%, a categoria optou por acatar a proposta durante uma audiência conciliatória no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Antes mesmo da decisão dos funcionários, o Ministério Público do Estado havia determinado o fim imediato da paralisação.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que representa as duas linhas que não funcionaram nesta quarta-feira, a circulação da linha 11-Coral (Luz-Estudantes) será retomada imediatamente e a da linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), meia-noite. Na assembleia, também ficou estabelecida a criação, dentro de 60 dias, de uma comissão para discutir o plano de cargos e salários dos funcionários. Das horas que ficaram parados, 50% será descontada e 50% terá de ser compensada.
Embora tenham voltado ao trabalho, os funcionários mantiveram o estado de greve e marcaram uma nova assembleia para o dia 28 de maio, quando discutirão a necessidade de nova paralisação. Altino de Melo Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários, que anunciou o fim da greve dos trabalhadores do metrô horas antes, esteve presente na assembleia dos servidores da CPTM. Ele se comprometeu a auxiliar na formação da comissão que discutirá os cargos e salários.
Os sindicatos que representam as outras linhas da capital – Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárioas de São Paulo (linhas 7 e 10) e Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Região Sorocabana (8 e 9) – além do Sindicato dos Engenheiros das Empresas Ferroviárias do Estado de São Paulo, também optaram por manter o indicativo de greve.
Metroviários – No metrô, funcionaram integralmente nesta quarta-feira apenas as linhas 5-Lilás e 4-Amarela. As linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha operaram parcialmente. A paralisação, iniciada a meia-noite, chegou ao fim depois de uma assembleia na sede do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. O principal ponto acertado entre os dois lados foi o reajuste salarial de 6,17%, oferecido pelo Metrô. Também foi fixado o valor do vale-refeição em 23 reais por dia (atualmente são 19,88 reais por dia) e do vale-alimentação em 218 reais por mês (atuais 150 reais).
Congestionamento – O trânsito ficou caótico pela manhã devido ao aumento da circulação de carros e ônibus. O rodízio de veículos com placas de final 5 e 6 foi suspenso. Já a SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), ampliando o número de ônibus entre as estações afetadas. Os pontos, porém, ficaram lotados.
O congestionamento foi aumentando ao longo da manhã. Às 7h50, já havia 150 quilômetros de lentidão nas vias monitoradas pela CET. Às 9 horas, o congestionamento era de 210 quilômetros – 105 quilômetros só na Zona Sul. Menos de meia hora depois, subiu para 221 quilômetros – 108 só na Zona Sul. Os índices bateram, logo cedo, o recorde de congestionamento registrado pela CET este ano no período da manhã, que foi de 168 quilômetros de lentidão em 27 de abril. Às 9h42, o congestionamento chegou a 229 quilômetros, batendo o recorde do ano em qualquer período, que era de 222 quilômetros. Às 10 horas, a lentidão chegou a 249 quilômetros.
Protesto – Houve tumulto logo cedo em Itaquera, na Zona Leste. Usuários do metrô que não conseguiram embarcar realizaram um protesto, bloqueando a Radial Leste. A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada. Segundo informações da CBN, uma pessoa foi detida por desacato nas proximidades da estação Itaquera. Os manifestantes chegaram a parar um ônibus e fizeram com que os passageiros descessem.