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Fraude eleva custo de projeto da Copa-2014 em R$ 700 mi

Escândalo teve como palco o Ministério das Cidades, do enrolado Negromonte. Documento que vetava alteração em projeto do MT foi adulterado pela pasta

Por Da Redação
24 nov 2011, 07h30

O já enrolado ministro das Cidades, Mário Negromonte, ganha nesta quinta-feira mais um escândalo para adicionar ao currículo. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informa que, com o aval do titular da pasta, o ministério alterou o projeto de infraestrutura de Cuiabá (MT) para a Copa do Mundo de 2014, elevando para 1,2 bilhão de reais o custo das obras – 700 milhões de reais a mais do que o orçamento original.

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Para tanto, a diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Viana, fraudou o parecer técnico que negava ao governo do Mato Grosso a possibilidade de alterar o projeto inicial, construindo um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) ao invés de uma linha rápida de ônibus. Tudo foi feito com o aval do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto. E, a partir de então, o ministério passou a respaldar o projeto.

O acerto para a mudança no projeto foi feito diretamente entre o governo de Mato Grosso e o Palácio do Planalto. Para isso, o estado utilizou-se, justamente, do parecer fraudado. O documento original, assinado pelo analista Higor Guerra, desautorizava a mudança tendo em vista problemas de custo, prazos e falta de estudos que comparassem as duas modalidades de transporte. Antes de adulterar o documento, Luiza chegou a pedir a Guerra que fizesse outro parecer. O analista não só se negou, como pediu demissão da pasta pouco depois.

Ainda segundo o jornal, Luiza afirmou a assessores que teria tomado a decisão após receber telefonemas de Peixoto, o braço direito do ministro, e Guilherme Ramalho, coordenador-geral de Infraestrutura da Copa de 2014 do Ministério do Planejamento. “Nós fizemos outra nota técnica, com o mesmo número sim, e mudamos o conteúdo”, afirmou a diretora, em reunião na última segunda-feira. A fraude teria ainda a participação da nova gerente de projetos da pasta, Cristina Soja.

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Resposta – Em nota enviada ao jornal, o Ministério das Cidades não respondeu por que existem duas notas técnicas de número 123/2011 sobre o projeto de Cuiabá para a Copa do Mundo. Afirmou apenas que há um parecer com esse número, assinado pela diretoria e gerência de Mobilidade Urbana da pasta, “concordando com a defesa técnica do estado e aprovando a mudança na matriz de responsabilidade apresentada pelo governo do estado”.

A nota, porém, admitiu que houve divergência interna por parte dos técnicos. “Seguindo o rito processual da administração pública, os técnicos envolvidos no trabalho discutiram, analisaram e reavaliaram a pertinência ou não do novo modelo de transporte proposto pelo governo do estado, tendo manifestado opinião divergente ao parecer final, opinião essa que foi revisada e refutada tecnicamente no momento da conclusão da análise”.

Escândalos – Reportagem de VEJA revelou, em agosto, informações que foram levadas à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por parlamentares do PP. Em guerra aberta com uma parte da legenda pelo controle do partido, Negromonte estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio. Segundo relatos dos deputados que foram convocados para reuniões na pasta, as ofertas em troca de apoio incluem uma mesada de 30.000 reais para quem aderir.

Embora tenha se segurado no cargo, Negromonte já estaria na mira da presidente Dilma Rousseff. Reportagem do jornal O Globo informa nesta quinta que o Planalto já deu início às articulações para a reforma ministerial que a presidente pretende promover no início do ano que vem – e mandou um recado tanto ao PP de Negromonte quanto ao PDT de Carlos Lupi, outro ministro que enrolou-se com mentiras após a revelação de desmandos na pasta de comanda, o Trabalho: nenhum dos dois seguirá no governo. No caso do PP, o Planalto teria garantido ao partido que a pasta seguirá sob comando da legenda. Já os pedetistas, nem sequer essa garantia tiveram.

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