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Franceses localizam destroço onde pode estar caixa-preta

Partes da cauda do Airbus A-330, da Air France, foram localizadas no fundo do Oceano Atlântico. Acidente, em maio de 2009, matou 228 pessoas

Por André Vargas
Atualizado em 5 jun 2024, 14h42 - Publicado em 12 abr 2011, 18h33

O mistério sobre as causas da queda do Airbus A-330, da Air France, pode estar próximo do fim. Robôs-submarinos controlados por equipes de busca localizaram, no fundo do Oceano Atlântico, partes relativamente intactas da cauda da aeronave. A esperança é que dados do voo possam ser recuperados, já que é nessa porção da fuselagem que fica um das caixas-pretas. O avião, que, na noite de 31 de maio de 2009, fazia o voo 447 entre o Rio de Janeiro e Paris, caiu no mar durante a madrugada, matando 228 pessoas.

O anúncio foi feito no final da tarde desta segunda-feira, em Paris, pelo BEA (sigla em francês para Escritório da Investigação e Análises), órgão responsável pelas buscas de corpos e destroços. Na reunião, estavam representantes da fabricante da aeronave, Airbus, da companhia aérea, Air France, da justiça francesa, do ministérios da relações exteriores daquele país e comitivas de parentes das vítimas. O presidente da Associação de Famílias das Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho, comunicou a descoberta. No acidente, Marinho perdeu um filho.

“Eles anunciaram que a cauda do avião está um pouco distante do restante da parte onde foram avistados corpos”, relatou Marinho por telefone, de Paris. O BEA deu um prazo de até quatro semanas para começar a operação de içamento dos destroços, que repousam em uma planície submarina a 3.900 metros de profundidade. Marinho contou que esta parte da operação de resgate será feita por uma empresa americana, contratada pela Airbus e pela Air France, que, por sua vez, são parcialmente controladas pelo governo francês. Esta fase deve custa cerca de 12,5 milhões de dólares.

No domingo, foi anunciado que as equipes de busca localizaram os destroços do Airbus concentrados em uma área específica do Oceano Altântico. Imagens divulgadas pelo governo francês mostraram duas turbinas, o trem de pouso central, parte de uma asa e da fuselagem do avião. Além de peças e fuselagem, 50 corpos já foram retirados do mar.

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O presidente da associação de vítimas acredita que o regate das caixa pretas vai comprovar a responsabilidade da empresa e do fabricante no acidente. “Ocorreram outros acidentes com este tipo de aeronave desde 2009”, diz Marinho. Ele acredita que a análise dos dispositivos – que, separadamente, gravam os dados de voo e a conversa entre os ocupantes da cabine – vai esclarecer os últimos momentos antes da queda.

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As suspeitas de pilotos e autoridades aeronáuticas é que os tubos pitot, que indicam os parâmetros de velocidade, altitude e direção de voo, tenham congelado, fornecendo informações falsas aos pilotos. De acordo com Décio Correa, piloto e instrutor de voo, a recuperação, principalmente do Flight Data Record (do inglês, gravador de dados de voo), é muito mais importante. “O gravador de voz (que é outro dispositivo) mostraria o diálogo entre o pessoal de cabine quando tudo começou a dar errado. Os dados de voo mostrarão como o avião secomportou até o impacto”, explica Correa. Estes parâmetros poderiam até indicar se algum equipamento estaria com defeito.

Retirada de corpos – As famílias brasileiras questionam os procedimentos para a retirada de corpos do mar. Os franceses anunciaram que pretendem levar os restos mortais e corpos para a França e, de lá, entregá-los para as famílias. Das 228 vítimas,a maioria era de brasileiros. “Queremos levar os corpos para Recife antes de enviá-los para a França”, diz Nelson Faria Marinho, da Associação de Famílias das Vítimas brasileiras. Na primeira fase das buscas, em 2009, os corpos resgatados ao mar foram enviados para o Instituto Médico Legal (IML) de Recife (PE) para identificação.

Veja abaixo como são as operações de retirada de destroços:

Infográfico sobre a remoção de destroços do voo 447 no fundo do mar
Infográfico sobre a remoção de destroços do voo 447 no fundo do mar (VEJA)
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