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Familiares e personalidades prestam homenagem a Roberto Civita em missa

Quatrocentas e cinquenta pessoas - entre elas políticos, empresários, familiares e amigos - compareceram à missa de sétimo dia celebrada nesta terça

Por Da Redação
4 jun 2013, 12h56

Familiares, políticos, empresários e amigos prestaram homenagem nesta terça-feira a Roberto Civita, diretor editorial e presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, na missa de sétimo dia de sua morte, realizada na Igreja Nossa Senhora do Brasil, na Zona Oeste de São Paulo.

Quatrocentas e cinquenta pessoas compareceram à missa celebrada pelo padre Michelino Roberto, entre elas o vice-presidente da República, Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador José Serra e o senador mineiro Aécio Neves. “Foi uma homenagem simples e muito tocante. Na verdade, o que o Roberto fez a vida inteira foi ser respeitado. Um homem simples e cheio de amigos. Foi o que se viu aqui hoje”, disse Fernando Henrique Cardoso.

Na homenagem a Civita, sua mulher, Maria Antônia, leu um breve discurso, que retrata a personalidade do marido. “Roberto se entusiasmava com tudo. Desde um postit com cor diferente a uma nova ideia, nova revista ou um novo site. A vida o estimulava, queria saber tudo, conhecer tudo!”

“Foi uma missa linda. As palavras da Maria Antônia foram comoventes. Descreveu o marido como ninguém o faria. Uma escultura em palavras”, disse José Serra, ex-governador de São Paulo. “As palavras da Maria Antônia foram verdadeiras e retratam bem o Roberto como homem muito curioso e muito otimista. É isso que a gente tem de lembrar”, disse Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do Grupo Estado.

Roberto Civita morreu aos 76 anos, às 21h41 do dia 26 de maio, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por falência de múltiplos órgãos. Ele ficou três meses internado para a correção de um aneurisma abdominal.

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Memória – “Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor Civita o levou a assumir o comando da Abril e chefiar o processo de diversificação do grupo fundado pelo pai, ele nunca se afastou da atividade que o seduziu definitivamente na década de 60, quando começou a por em prática os conhecimentos assimilados anos antes, na sua segunda temporada nos Estados Unidos. Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos EUA, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.

Depois de interromper o curso de Física Nuclear na Universidade Rice, no Texas, para diplomar-se em jornalismo e economia na Universidade da Pensilvânia, Roberto Civita conseguiu um estágio na editora Time Inc, que controlava as revistas Time, Life e Sports Illustrated. Durante um ano e meio, familiarizou-se com todos os setores da empresa, da redação à contabilidade. Em 1958, quando Victor Civita perguntou ao filho que acabara de voltar o que pretendia fazer, ouviu a resposta que apressaria a entrada da Abril no universo jornalístico: “Quero fazer uma revista de informação semanal, como a Time, uma revista de negócios como a Fortune e uma revista como a Playboy“, respondeu.

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Pioneirismo – O pai prometeu preparar a empresa para o passo audacioso, consumado em 11 de setembro de 1968, quando chegou às bancas a primeira edição de VEJA. Roberto Civita participou intensamente das experiências pioneiras que resultaram no lançamento de Realidade, Exame, Quatro Rodas e Playboy. Mas nada o deixava mais emocionado que recordar a trajetória descrita pela primeira revista semanal de informação do Brasil. Foi ele quem a criou. E foi ele o primeiro e único editor de VEJA, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.

“Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo”, lembrava aos recém-chegados. “VEJA existe para contar a verdade. A fórmula é muito simples. Difícil é aplicá-la o tempo todo”. Sobretudo em ambientes hostis à liberdade de expressão, aprendeu Roberto Civita três meses depois do parto da revista. Em 13 de dezembro de 1968, a decretação do Ato Institucional n° 5 transformou o que era um governo autoritário numa ditadura militar sem disfarces. A capa da edição que noticiou o endurecimento do regime exibiu uma foto do general-presidente Arthur da Costa e Silva sentado, sozinho, no plenário do Congresso que o AI-5 havia fechado. Os chefes militares não gostaram da imagem, e ordenaram a apreensão de todos os exemplares. A essa violência seguiu-se a instauração da censura prévia, que só em meados da década seguinte deixaria de tolher os passos de VEJA.

Risonho, cordial, otimista, Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for praticada com prazer. “Você está se divertindo?”, perguntava insistentemente aos profissionais com quem convivia. Mantinha-se otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país. Para ele, o Brasil só conseguiria atacar com eficácia seus muitos problemas se antes aperfeiçoasse o sistema educacional, modernizasse o capitalismo nativo, removesse os entraves à livre iniciativa e consolidasse o estado democrático de direito. “O que VEJA defende, em essência, é o cumprimento da Constituição e das leis”, repetia. Também essa fórmula parece simples. Difícil é colocá-la em prática. Foi o que o editor de VEJA sempre soube fazer.

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