A entrega dos documentos só está garantida em casos de emergência, que deve ser devidamente comprovada pelo requerente
A pane no sistema da Polícia Federal que impede o agendamento e a entrega de passaportes em todo o país afeta 12.000 pessoas por dia. O problema persiste nesta quinta-feira e permanece sem previsão de solução. Os sistemas de requerimento e verificação de andamento de processos de passaporte estão suspensos desde a tarde de sábado.
A falha se dá no sistema de transmissão de dados entre a Polícia Federal e a Casa da Moeda do Brasil, que é quem recebe os dados e confecciona todos os passaportes solicitados pela PF. O problema no banco de dados teve início durante a migração dos atuais sistemas para novos equipamentos – um dos arquivos do computador estava corrompido e os dados de emissão de passaportes não puderam mais ser lidos. Agora, técnicos trabalham na recuperação desses dados – que, segundo a Assessoria de Imprensa da PF, não estão perdidos.
No Brasil, 6.000 agendamentos e o mesmo número de entregas são feitos diariamente. Multiplicado pelos quatro dias, essas 12.000 solicitações diárias representam pelo menos 48.000 pessoas prejudicadas. Só em São Paulo são 1.000 por dia; no Rio, varia entre 300 e 400.
Até quarta, a PF afirmava tratar-se apenas de uma falha no agendamento de datas para solicitação de passaportes. O problema deveria ter sido resolvido até as 18 horas de terça, segundo prazo dado pela própria PF, mas apenas no fim da noite conseguiram identificar a causa da instabilidade no sistema. Agora, constatado um “defeito técnico de relevante gravidade”, o prazo foi estendido por tempo indeterminado.
A recomendação da PF é para que as operações prossigam “em modo offline”, ou seja, que o atendimento seja feito manualmente em todos os postos do país. Mas isso é quase impossível em unidades como a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na qual cerca de 700 pessoas por dia dão entrada para novos passaportes. A entrega dos documentos só está garantida em casos de emergência, que deve ser devidamente comprovada pelo requerente.
O sistema de urgência e emergência atende apenas casos especiais – como viagens para tratamentos médicos, falecimentos de parentes ou necessidade comprovada. O passaporte de urgência é um documento comum, emitido em 24 horas pela Casa da Moeda e com validade de cinco anos. Já o documento de emergência é feito na hora, confeccionado com base em documentos apresentados pelo requerente – entre eles identidade e título de eleitor – e com validade de apenas um ano.
(Com Agência Estado)