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Executor da juíza Patrícia Acioli vai a júri nesta terça-feira

O policial militar Sérgio Costa Júnior será julgado por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
3 dez 2012, 06h23

O crime que chocou o país e desafiou de forma bárbara a Justiça, em 11 de agosto de 2011, começa a ser julgado nesta terça-feira, 4. O cabo Sério Costa Júnior, assassino confesso da juíza Patrícia Acioli, será o primeiro dos 11 policiais militares denunciados pela morte da magistrada que irá a júri popular. Costa Júnior será julgado separadamente, pois está em situação jurídica diferenciada por ter colaborado com as investigações. O réu, que pode ser condenado a até 36 anos de prisão, deverá ter a pena reduzida devido ao mecanismo de delação premiada.

“Sérgio revelou a mecânica do crime. A confissão dele auxiliou na identificação dos envolvidos. Ele contou, por exemplo, que a morte da Juíza foi decidida em uma reunião entre os policiais. O depoimento dele não deixa dúvidas da existência de uma quadrilha armada formada por PMs que cometiam crimes”, afirma o promotor Leandro Navega.

Patrícia Acioli foi executada com 21 tiros quando chegava a sua casa, em Niterói, na região metropolitana do Rio. Patrícia foi morta por investigar autos de resistência forjados por policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo). A magistrada apurava ainda a ligação dos policiais com um esquema de extorsão do tráfico de drogas em São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio onde moram 1 milhão de pessoas.

O crime, segundo a denúncia do Ministério Público, foi articulado pelo tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, em São Gonçalo, e pelo tenente Daniel Santos Benitez Lopez. Também foram denunciados o cabo Costa Júnior, e os policiais militares Jeferson de Araújo Miranda, Jovanis Falcão Júnior, Charles Azevedo Tavares, Alex Ribeiro Pereira, Júnior Cezar de Medeiros, Carlos Adílio Maciel Santos, Sammy dos Santos Quintanilha e Handerson Lents Henriques da Silva.

Costa Júnior e nove policiais respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e com o objetivo de assegurar a impunidade do arsenal de crimes) e formação de quadrilha armada – o 11º PM do grupo não responde por formação de quadrilha. Segundo as investigações, Handerson não pertencia à quadrilha, mas teria conduzido, um mês antes do assassinato, os policiais Benitez, Costa Júnior e Araújo à casa da juíza com o objetivo de identificar o local.

O defensor Público Jorge Mesquita, que representa Costa Júnior, afirmou que o delator da quadrilha não mudará o depoimento já prestado em juízo. Mesquita espera que Costa Júnior tenha a redução de pena máxima de 2/3 da pena.

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“Se não fosse o depoimento dele, este processo se reduziria a apenas três acusados, que seriam o próprio Sérgio, o cabo Aráujo, e o Tenente Benites. Com o depoimento, o processo sofreu uma reviravolta, e o envolvimento agora é de 11 acusados e não mais de apenas três”, afirmou o defensor público.

Parentes de Patrícia acreditam que Costa Júnior possa revelar outros detalhes sobre o assassinato da juíza. “Acreditamos que ele não contou tudo o que sabe. Lógico que gostaríamos que ele fosse condenado à pena máxima, mas queremos muito que ele fale. Todos os culpados desse crime bárbaro têm que ser condenados. Por isso, nossa esperança é que ele conte o que sabe, mesmo que para isso tenha a pena reduzida”, contou Henrique Nascimento, primo de Patrícia.

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