Em meio a escândalo, assessora de petista pede demissão
Funcionária de Serys Slhessarenko quer 'tirar senadora do foco', diz jornal
Um dia após a revelação – feita por VEJA em sua edição desta semana – de que o deputado petista Jilmar Tato destinou 1 milhão de reais para uma entidade chefiada por Liane Muhlemberg, assessora da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), culminou na demissão de Liane.
Serys assumiu a relatoria do Orçamento de 2011 no lugar do senador Gim Argello, acusado de destinar emendas individuais do Orçamento de 2010 para empresas fantasmas.
De acordo com a edição desta segunda-feira do jornal O Globo, Liane decidiu deixar o cargo “para tirar a senadora do foco”. “Não é justo que, por minha causa, ela fique numa situação embaraçosa. Tenho certeza que só divulgaram essa minha história porque a senadora é relatora do Orçamento. Agora, não tem nada, nada e nada de ilegal”, afirmou a assessora ao jornal.
O dinheiro foi destinado à ONG Instituto de Pesquisa, Ação e Mobilização (Ipam), presidida por Liane e fundada em 1997. A assessora está lotada no gabinete de Serys desde 2007. Somente em 2010, o Ipam recebeu 1,8 milhão de reais por meio de emendas de três deputados: 1,1 milhão de reais de Jilmar Tato, 650.000 reais de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e 100.000 reais de Geraldo Magela (PT-DF).
De acordo com a edição desta segunda-feira do jornal O Estado de S. Paulo, o Ipam conseguiu 4,7 milhões de reais em convênios com o governo sem precisar de licitação. No processo para consegui a verba, Liane teria assinado um documento em que afirma não trabalhar no Senado. O dinheiro foi destinado a shows e eventos culturais. “Foi uma irresponsabilidade minha. Uma desatenção, um equívoco”, disse Liane ao jornal sobre a falsa declaração.