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Dilma contra a Justiça: “Audiência no meio da campanha é estranho”

Presidente-candidata coloca em suspeita agendamento na Justiça de depoimentos de doleiro e ex-diretor da Petrobras que revelaram desvio de verbas para PT, PMDB e PP

Por Felipe Frazão 12 out 2014, 16h28

A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) voltou a colocar em xeque neste domingo a coordenação da Justiça Federal da Operação Lava Jato, que desvendou um megaesquema de lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas – sobretudo na Petrobras, e em benefício de partidos da base governista, como o PT, PP e o PMDB, conforme revelaram o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da petrolífera Paulo Roberto Costa. No sábado, Dilma havia feito a primeira crítica direta ao Judiciário, apontado “incorreções” no trabalho da 13ª Vara Federal em Curitiba (PR) e do Ministério Público. Neste domingo, ela reclamou novamente da divulgação, autorizada pelo juiz federal Sergio Moro, dos depoimentos dados por Youssef e Costa durante audiências públicas no Paraná – os arquivos são de livre acesso, com base na Constituição. Ela ainda lançou dúvidas sobre a data das oitivas com os réus, que foram presos durante o processo.

“Você faz audiência pública a hora que lhe convém. Fazer audiência pública no meio de uma campanha eleitoral é que eu acho estranho”, disparou Dilma durante entrevista coletiva em São Paulo. A candidata repete o raciocínio, comum entre os políticos, de que as eleições são um período em que a circulação de informações deve ser restrita, e não ampliada em benefício do interesse de quem vai votar.

Nas audiências em Curitiba, Costa e Youssef revelaram aos investigadores o caminho do dinheiro, das empreiteiras aos cofres dos partidos, e também apontaram os intermediários e beneficiários que não possuem foro privilegiado. O juiz Sergio Moro liberou oficialmente apenas os arquivos em vídeo, em que Costa e Yousseff depõem sobre as engrenagens do “petrolão”. Os dois réus assinaram acordo de delação premiada para entregar às autoridades a lista da propina. Os nomes de deputados, senadores e governadores envolvidos foram por enquanto mantidos em sigilo e só constam da delação premiada, arquivada em um cofre em Brasília (DF). Como há sigilo legal sobre o acordo, os depoimentos dados por Costa e Youssef nesta condição não foram divulgados oficialmente pela Justiça Federal no Paraná.

Um dos nomes citados pelos delatores foi o do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Questionada sobre Vaccari, Dilma esquivou-se de responder se o PT deveria afastá-lo ou não. “Eu não tenho mandato para falar sobre o PT”, afirmou neste domingo. “Mas eu tenho mandato para falar o que acho desse processo.”

Provas – A presidente passou então a cobrar a divulgação do conteúdo da delação premiada – o que é proibido pela lei. “Onde estão as provas consistentes?”, disse. Dilma já tentou obter cópias da delação na Polícia Federal, no Ministério Público e no Supremo Tribunal Federal, mas teve acesso negado. “Eu sou a favor da divulgação ampla, geral e irrestrita, doa a quem doer, atinja a quem atingir. O que é estranho é só divulgar um pedaço.”

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