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‘Deltaduto’ faz Perillo anunciar auditoria em contratos

O governador prometeu apresentar o relatório com a conclusão dos trabalhos em 30 dias. Ele negou qualquer irregularidade

Por Da Redação
20 abr 2012, 08h00

Beneficiado pelo “deltaduto” operado por Carlinhos Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), anunciou nesta quinta-feira uma auditoria nas licitações e contratos celebrados entre o estado e a Delta Construções. A campanha de Perillo, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, foi irrigada pelo circuito financeiro de empresas de fachada que serviam para redirecionar para políticos e laranjas, conforme aponta a Polícia Federal, recursos da Delta.

Segundo Perillo, o governo vai apresentar o relatório com a conclusão dos trabalhos em 30 dias. Caso sejam identificadas irregularidades, a Delta terá 15 dias para apresentar sua defesa. O governador negou ainda qualquer relação entre as doações de sua campanha e as empresas citadas nas investigações. “As doações feitas foram todas oficiais e legais”, garantiu.

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Na lista de beneficiários das empresas investigadas pela PF consta ainda a Produtos Alimentícios Orlândia S/A, que doou 13 000 reais para o deputado federal Rubens Otoni (PT). O parlamentar aparece num vídeo conversando com Cachoeira sobre doações de campanha.

O “deltaduto” serviu de ambiente de transações financeiras que envolveram outros empresários locais, vários com negócios com o governo de Goiás. Um mês depois da eleição, o tucano recebeu 400 000 reais de Valterci de Melo, diretor do Laboratório Teuto. Com sede em Anápolis (GO), terra de Cachoeira, a indústria farmacêutica é uma das maiores empresas do estado.

Melo abasteceu a conta da Brava Construções e Terraplanagem, ligada à organização criminosa, com 55 600 reais, ao lado da Delta e da Alberto e Pantoja, outra empresa de fachada. Segundo a PF, a Delta foi responsável por 98% dos créditos da Brava, que movimentou 13,2 milhões de reais entre 2010 e 2011. Cadastrada num endereço no Núcleo Bandeirantes, no Entorno do DF, a Brava nunca funcionou no local.

Perillo também recebeu 450 000 reais da Belcar Veículos. A doação foi feita dez dias depois de o governador ganhar as eleições. Segundo o Portal da Transparência do governo de Goiás, a Belcar recebeu 1,4 milhão de reais em 2011. Em 2010, a concessionária de carros recebeu apenas 1 100 reais.

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A Belcar aparece numa das planilhas da PF como destinatária de 16 500 reais da Mapa Construtora, do irmão de Carlinhos Cachoeira, Paulo Roberto de Almeida Ramos, e irrigada com recursos da Pantoja. Segundo a PF, a empresa de Paulo Roberto movimentou 1,6 milhão de reais em 2010 e 2011. A Mapa também transferiu dinheiro para a Kasa Motors (80 000 reais). A empresa doou 40 000 para o candidato ao governo Vanderlan Vieira Cardoso (PR).

A Belcar negou qualquer relação entre a doação para Perillo e a transação financeira com a Mapa. Segundo a diretora administrativa da empresa, Shirlei Leal, os 16 500 reais pagos à Belcar pela Mapa são referentes à compra de um veículo pela empresa em 2010. “Não tem qualquer relação com a doação. Ajudamos ele porque o tio dele pediu”, justificou Shirlei. Procurados, o Laboratório Teuto e Valterci de Melo não responderam à reportagem.

(Com Agência Estado)

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