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Compra de Pasadena foi decidida em vinte dias

Segundo documentos obtidos pelo jornal O Globo, o prazo do processo "muito rápido". Análise tradicional levaria em média três meses

Por Da Redação
28 mar 2014, 11h09

O processo de compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras teve um prazo “muito curto” de “due diligence”, uma espécie de auditoria considerada um dos passos fundamentais em procedimentos de fusões e aquisições, na qual são avaliadas questões jurídicas, financeiras e operacionais. As informações são do jornal O Globo desta sexta-feira. Em documento confidencial obtido pelo jornal, a estatal brasileira admite que o prazo foi apertado: “Ressaltamos que o prazo foi muito curto em relação ao que uma ‘due diligence’ normalmente requer.” O documento, datado de 31 de janeiro de 2006, mostra que, ao todo, o processo levou cerca de 20 dias.

O documento da Petrobras detalha o processo de análise de dados. Após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da empresa belga Astra, sócia da Petrobras no negócio, aconteceu entre os dias 11 e 25 de novembro de 2005, a estatal teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias.

Em um dos documentos, a consultoria contratada pela estatal na ocasião, a BDO Seidman, de Los Angeles, nos Estados Unidos, diz que, em razão do “tempo limitado”, a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados. Normalmente, a análise dos procedimentos de incorporação, fusão entre empresas, documentação e cláusulas deveria levar até três meses.

Para se prevenir de possíveis passivos, a equipe jurídica e tributária da estatal recomendou a criação de cláusula que responsabilizava a Astra por qualquer tributo devido em decorrência da reestruturação. O documento, de 31 de janeiro de 2006, foi assinado por gerentes da área tributária e jurídica da Petrobras. A análise foi feita um dia após o recebimento do relatório feito pela BDO Seidman.

No dia anterior, a BDO enviou carta a Renato Tadeu Bertani, presidente da Petrobras America na qual menciona prazo de 25 a 30 de janeiro de 2006 para análise de dados. “Devido ao tempo limitado para completar esse projeto e programação urgente de trabalho de campo, ficamos limitados na nossa capacidade de identificar assuntos que poderiam potencialmente ser encontrados em uma avaliação mais detalhada”, diz a carta da consultoria BDO, que lista questionamentos à estatal.

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No relatório entregue à Petrobras, a consultoria vai além: “Esses serviços e procedimentos não podem servir de base para divulgar todos os assuntos significativos sobre as atividades relacionadas ao projeto e à operação de aquisição, ou para divulgar erros, fraudes ou outros atos ilegais que possam existir”. A BDO diz que as análises até aquele momento não eram suficientes para constituir auditoria aceita pelos modelos estabelecidos. “PAI (Petrobras) deve fazer sua própria diligência”, frisa o documento entregue à estatal brasileira. Procurada, a Petrobras não respondeu. A BDO confirmou que já fez trabalhos para a Petrobras.

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