Com apoio do Passe Livre, sem teto fazem protesto esvaziado na periferia de São Paulo
Manifestação, que reúne apenas 500 pessoas, marca mudança de abordagem do movimento
Com o apoio do Movimento Passe Livre, grupos de esquerda e entidades que reúnem sem-teto realizam na manhã desta terça-feira três protestos paralelos na periferia de São Paulo. Por volta de 9h, sob chuva, as manifestações combinadas haviam reunido cerca de 500 pessoas no Capão Redondo e no Campo Limpo, na Zona Sul, e em Guaianases, na Zona Leste. Por volta de 11h, uma das manifestações seguiu para avenida João Dias e bloqueou uma ponte. A Polícia Militar acompanhou a movimentação. A ponte foi liberada por volta de 11h30.
Os três atos ocorrem após os episódios de hostilidade que envolveram partidos políticos na última grande manifestação organizada em São Paulo, na quinta-feira. Na ocasião, bandeiras de partidos foram arrancadas de militantes e algumas foram queimadas. Depois dos incidentes, o Passe Livre, que vinha organizando todos os grandes protestos na capital, anunciou que iria suspender sua participação nos atos por temer que o movimento fosse “sequestrado por grupos conservadores”.
No entanto, no mesmo dia o grupo voltou atrás. Só que desta vez resolveu mudar a abordagem e passou a apoiar protestos como os desta terça-feira, que deslocam o eixo para a periferia e contam com grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e o Periferia Ativa. A bandeira do tarifa zero continua a mesma, mas a inclusão dos outros grupos nesta terça-feira trouxe para a pauta temas como o fim da militarização das polícias e o controle de aluguéis.
“Nosso objetivo é fazer a periferia ser ouvida. Temos pautas mais conectadas com os direitos sociais dos trabalhadores, como o combate à violência policial”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos. No final da manhã, os representantes devem ser recebidos pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes.
(Atualizado às 11h38)