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Clima esquenta na reta final da disputa pela presidência da Câmara

Peemedebista Eduardo Cunha afirma que não vai mais tratar com o líder do governo. Relação entre PT e PMDB deve sair ainda mais desgastada do pleito

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 jan 2015, 12h28

A dez dias das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, a disputa para o terceiro posto da República chega à temperatura máxima e indica que a relação entre PT e PMDB sairá ainda mais desgastada do pleito. Enquanto o Planalto trabalha para evitar uma derrota em um ano que promete ser turbulento no Congresso Nacional, o PMDB ameaça virar as costas para o principal interlocutor do governo, o líder Henrique Fontana (PT-RS), por considerar que o deputado ultrapassou o limite ao direcionar uma série de críticas a Eduardo Cunha e ainda agir pessoalmente em prol da campanha do candidato adversário, o petista Arlindo Chinaglia (SP).

Líder do PMDB e candidato à presidência, Cunha classificou como “inaceitável” a interferência de Fontana na disputa. “Ele se comporta como líder do PT no governo e não como líder de um governo que tem vários partidos na sua base. O senhor Fontana sempre foi um líder fraco, desagregador, radical em suas posições e que levou o governo a várias derrotas pelas suas posições”, disse o peemedebista, nesta quinta-feira, por meio do Twitter. E sentenciou: “A bancada do PMDB na Câmara não reconhecerá mais a sua liderança e não se submeterá mais a ela”.

A reação de Cunha se deve a uma sequência de declarações de Fontana no dia anterior. Em coletiva à imprensa, convocada nesta quarta-feira sem nenhuma pauta específica, o líder governista disparou contra a iniciativa do peemedebista de divulgar um áudio, claramente teatral, que traria uma negociata de dinheiro envolvendo seu nome. Cunha disse que tornou pública a gravação para se “antecipar” às investidas contra a sua candidatura e relatou ter sido informado de que a autoria do material envolvia a cúpula da Polícia Federal.

O líder do governo classificou a atitude como “incompreensível”, “equivocada” e ainda afirmou ser um “erro levar uma gravação para o centro da disputa”. Também considerou “normal” que ministros de Dilma estejam invadindo a fronteira do Legislativo e fazendo campanha para Chinaglia.

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Cunha tem reclamado da intervenção do alto escalão do governo, que, em troca do apoio ao petista, tem oferecido cargos e cobrado de seus aliados a fatura por terem sido acomodados na Esplanada dos Ministérios. Na última terça-feira, o peemedebista afirmou que a intromissão do Planalto traria sequelas. “Essa é uma frase infeliz dele. Ameaçar com sequelas não é nada democrático. Se são dois candidatos da base, um do partido do vice-presidente e outro da presidente, qualquer um dos dois tem de saber ganhar e perder”, disse Fontana. O deputado afirmou ainda que a reação de Cunha pode ser motivada por um momento de “fragilização da campanha”.

Fontana assumiu a liderança do governo em junho do ano passado, posto até então ocupado por Arlindo Chinaglia, conhecido por ter maior poder agregador e um perfil mais hábil para negociar com as alas rebeldes no Congresso, como o próprio Eduardo Cunha. Especialmente neste ano, com a economia patinando, a necessidade de ajustes fiscais e a ameaça de instauração de nova CPI para investigar o escândalo do petrolão, o governo tem total interesse em evitar conflitos no Congresso. Mas já começa com dificuldade.

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