Campanha eleitoral vai ditar discurso de Dilma na ONU

Petista aproveitará a passagem pelos Estados Unidos para fazer um balanço do seu governo e levantar bandeiras sociais e ambientais

Por Da Redação
22 set 2014, 10h27

A presidente Dilma Rousseff durante coletiva no Palácio do Planalto (Ueslei Marcelino/Reuters)

Na reta final do primeiro turno das eleições, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) embarca nesta segunda-feira para Nova York, onde pretende usar a 69ª Assembleia Geral da ONU como palanque internacional. Orientada por seu comitê de campanha, Dilma aproveitará a passagem pelos Estados Unidos para fazer um balanço do seu governo e levantar bandeiras sociais e ambientais, reafirmando o compromisso do Brasil com a inclusão social e o combate à fome, o investimento em fontes limpas de energia e a defesa da floresta amazônica.

Pessimildo x Otimildo: por que o governo dá boas razões para temer o pior

Na abertura da assembleia geral, na quarta-feira, Dilma deverá fazer um discurso centrado no avanço das políticas sociais durante a sua gestão e destacará que, apesar da crise econômica mundial, o Brasil gerou emprego, manteve a renda de seus trabalhadores e não cortou direitos – na contramão das políticas austeras adotadas pelos países desenvolvidos.

Continua após a publicidade

Público interno – O recente relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), que apontou que o Brasil saiu do Mapa da Fome, também deverá ser destacado na fala da presidente. De acordo com a FAO, o Brasil conseguiu reduzir em 75%, entre 2001 e 2012, a pobreza extrema – situação em que se vive com menos de 1 dólar ao dia.

Leia também:

‘Bíblia’ e autoajuda no ‘marinês’

Na favela Dilma Rousseff, falta água, luz, saneamento – mas tem Bolsa Família

Continua após a publicidade

A ideia dos auxiliares de Dilma é usar a tribuna da ONU para reforçar a imagem de uma chefe de Estado atenta e preocupada com as questões globais, mas que também tem muito o que mostrar sobre o que fez “dentro de casa”. Um discurso perante a comunidade internacional, mas com tom de balanço de mandato focado no público interno – mais especificamente nos eleitores que vão às urnas no início de outubro. Em 2013, o incisivo discurso da presidente contra a espionagem do governo norte-americano ganhou ampla repercussão dentro e fora do Brasil. Na ocasião, Dilma manifestou “indignação” e “repúdio” ao episódio, “um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis”.

Questionada sobre a participação na Cúpula do Clima, outro evento que ocorrerá em Nova York, respondeu: “Isso vai ser relevante. Eu vou”. Apesar da disposição de comparecer à reunião, no domingo presidente disse que poderá não chegar a tempo, porque vai aos Estados Unidos para “um bate e volta”. Como fez nos últimos anos, a presidente defenderá na ONU a reforma do Conselho de Segurança, a criação de um Estado Palestino e a manutenção de um permanente canal de negociação para a resolução de conflitos no Oriente Médio.

(Com Estadão Conteúdo)