‘As pessoas preferem ir apertadas no Metrô para chegar em casa cedo’, diz Geraldo Alckmin
Governador de SP atribui superlotação no sistema ao preço do transporte
Em meio à tumultuada inauguração das estações República e Luz da Linha 4 – Amarela, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou recordes de passageiros batidos na última semana: 2,5 milhões de usuários de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e 4,150 milhões de passageiros por dia no Metrô de São Paulo. “Vamos chegar rapidamente a 7 milhões de passageiros”, comemorou Alckmin.
O governador atribuiu o movimento ao baixo custo ao passageiro desses meios de transporte. “A superlotação é uma realidade porque está mais barato andar de metrô ou trem”, disse, para em seguida chegar a uma conclusão duvidosa: “As pessoas estão pegando metrô ou trem porque é mais rápido, não tem congestionamento e não atrasa. Preferem ir mais apertadas para chegar em casa mais cedo.”
O governo estadual espera que a chegada da Linha Amarela às estações Luz e República desafogue em 20% o movimento da estação Sé, hoje uma das mais movimentadas do sistema por intercalar as linhas 1 e 3. No entanto, as duas estações da Linha Amarela estão operando em horário limitado: das 10h as 15h, de segunda-feira a sábado (incluindo feriados). A ampliação do horário de funcionamento deve acontecer até 30 de setembro.
Durante a inauguração, um passageiro cobrou do secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, mais estações de Metrô e menos superlotação. “Talvez seja melhor não inaugurarmos mais metrô, aí não lota, é isso?”, respondeu o secretário. O desempregado Nilson Bernardino da Silva, de 32 anos, reclamou da falta de transporte na região do Campo Limpo, zona sul, e das inaugurações de obras em ano eleitoral. “Então o ano que vem podemos pular porque é ano eleitoral, tá bom?”, rebateu o secretário.
Atualmente, o governo trabalha em obras de ampliação das linha 2,4 e 5 e prepara a construção de uma linha que leve o metrô até o aeroporto de Congonhas, na zona sul. São Paulo tem hoje 330 quilômetros de transporte sobre trilhos, sendo só 73,6 km de metrô.
Recursos federais – Dois dias após fechar parceria com o governo federal para a construção do trecho norte do Rodoanel e garantir recursos para a hidrovia Tietê-Paraná, Alckmin cobrou nesta sexta-feira participação da União na ampliação da malha metroviária da região metropolitana. O governador disse que o estado pleiteia recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para levar o metrô até o ABC paulista.
“Nós estamos trabalhando para ter recursos do PAC e levar o metrô até São Bernardo do Campo”, disse. “Não há nenhum centavo do governo federal. Aqui tem financiamentos, recursos do tesouro paulista e da Parceria Público-Privada (PPP).”
Nesta semana, Alckmin e Dilma trocaram elogios públicos durante assinatura do contrato para o início das obras do trecho norte do Rodoanel. Com um discurso conciliador, ambos defenderam o fim das divergências políticas e o trabalho em conjunto. O governo federal já liberou 1,72 bilhão de reais para o Rodoanel e 1,5 bilhão de reais para a hidrovia.
(Agência Estado)