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Após divergências, PSDB só fala de união

Em convenção nacional, cúpula do partido admite desavenças. Mas José Serra, pivô de disputa, nega ter brigado por cargo na executiva

Por Carolina Freitas e Gabriel Castro
28 Maio 2011, 16h43

Os líderes do PSDB fizeram de tudo na convenção nacional deste sábado para convencer a militância e a si mesmos que estão unidos. Mas, poucos minutos antes de louvar a unidade em discursos, a cúpula do partido estava reunida em Brasília em busca de uma solução para uma divergência.

O ex-governador José Serra barganhou até o último minuto por mais espaço dentro da executiva. Queria a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), cargo que já havia sido prometido (e foi entregue) a Tasso Jereissati. Ficou com o comando do recém-criado conselho político. As negociações estavam emperradas por causa da inflexibilidade de Serra: ele queria garantias de que, no conselho, teria influência sobre o processo de escolha de candidatos.

Serra passou a manhã em negociação com Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Sérgio Guerra. A convenção já tinha se iniciado havia quatro horas quando os caciques do partido bateram o martelo. Chegaram, aliás, todos juntos ao local da convenção. “O Serra é um homem de ideias firmes. Convencê-lo não é fácil”, admitiu Guerra, que foi reeleito neste sábado para a presidência do partido.

O ex-governador de São Paulo relutou em admitir o recuo. “Eu nunca pleiteei a presidência do ITV ou quis concorrer com quem quer que seja. Seria ridículo”. De acordo com Serra, seu nome foi sugerido por Geraldo Alckmin. “O ITV foi uma hipótese levantada. A outra hipótese, do conselho, eu achei preferível”, completou. Tasso Jereissati minimizou as consequências do embate: “Houve realmente uma época de disputa, mas agora nós temos um objetivo maior e está tudo harmonizado”.

Imagem – Resolvido o impasse, a cúpula do partido fez o que pôde para passar a imagem de união. Após ser eleito, Guerra garantiu: “O PSDB nunca esteve dividido. Essa afirmação é uma fraude”. Nos discursos dos principais nomes do partido, entretanto, a quantidade de referências à palavra “unidade” era um sinal de que a coesão está longe da ideal.

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Os tucanos buscaram atribuir a agentes ocultos as notícias a respeito da desunião do partido. Começou pelo senador Aécio Neves (MG): “Apostaram na nossa divisão. Instigaram rupturas, disseram que PSDB colocaria projetos individuais à frente da nossa responsabilidade com o Brasil. Mas os brasileiros vão acordar amanhã sabendo que, mais do que nunca, o PSDB está unido e pronto para enfrentar os desafios que temos pela frente”.

Serra seguiu o mesmo caminho: “A nossa união enfraquece o adversário. A nossa desunião esteriliza nossas ações. Nossas diferenças são normais, mas elas não podem falar mais alto que a nossa união”, afirmou. Questionado sobre quem seria responsável pelos boatos a respeito da divisão do partido, ele desconversou. O único a admitir que os agentes da discórdia estão dentro do próprio partido foi Sérgio Guerra: “Quem tomar a agenda da divisão deve ser punido, porque é contra o Brasil e contra o povo”, ameaçou. FHCpôs panos quentes: “Nós brigamos muito, antes. Mas estamos aqui unidos”.

Palocci – Além da propalada união, o assunto mais presente nos discursos foi a situação do governo federal. José Serra foi enfático: “Cada vez mais, a ocupante da presidência governa cada vez menos. E aquele que não foi eleito governa cada vez mais”, afirmou. O ex-governador não citou, entretanto, o escândalo envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

Fernando Henrique resumiu a atuação do Executivo: “É fracasso atrás de fracasso. Só falatório”. E criticou a postura submissa do Congresso “Se antes era ‘sim, senhor’, agora é ‘sim, senhora’. Só mudou o gênero, mas continuou a subserviência”. Sérgio Guerra também bateu pesado: “Os petistas não têm competência, experiência e nem liderança para conduzir o país”.

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