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Aniversário da tragédia na Serra terá bolo de lama

Em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, uma série de atividades vai marcar o aniversário da enxurrada que matou mais de 900 pessoas. Na programação, há missas e protestos

Por Rafael Lemos
12 jan 2012, 10h43

A tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, que deixou mais de 900 mortos, completa um ano nesta quinta-feira. De lá para cá, os habitantes desses municípios têm enfrentado dias de penúria e desilusão, sobretudo após os escândalos de corrupção. Em Nova Friburgo, um bolo de lama será levado para a Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro, às 17h, para lembrar o aniversário do desastre, num protesto contra a falta de ações concretas das autoridades.

“Até agora, só vimos lama. Então, nada mais justo que um bolo de lama. Tivemos a tragédia climática e também a política. São três prefeitos em um ano. A instabilidade política é muito grande. Até agora, não temos nenhuma casa construída e sequer um projeto”, afirma Edil Nunes, coordenador do Fórum Sindical Popular.

Durante os últimos 12 meses, o processo de reconstrução dos municípios atingidos manteve-se nos noticiários mais pelos escândalos de corrupção do que por resultados concretos. Dos 780 milhões de reais destinados pela União para obras de habitação, contenção de encostas e prevenção de desastres, pouco mais de 100 milhões foram empregados.

Em Friburgo, suspeitas de desvios de verba levaram ao afastamento do prefeito em exercício, Dermeval Barbosa Moreira Neto. Ele passara a ocupar o cargo em setembro de 2010, quando o prefeito Heródoto Bento de Mello sofreu um acidente na Suíça. Hoje, o município está nas mãos do presidente da Câmara de Vereadores, Sérgio Xavier. Mas ainda há rumores sobre um possível retorno de Demerval ao posto.

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Em Teresópolis, a situação é bastante parecida. Primeiro, denúncias de desvios de verba levaram ao afastamento do prefeito Jorge Mario Sedlack, que teve o mandato cassado por unanimidade pelos vereadores. Então, o vice-prefeito Roberto Pinto assumiu, mas morreu de infarto apenas dois dias após sua posse. Acabou sobrando para o presidente da Câmara, Arlei de Oliveira Rosa.

Nesta quinta-feira, haverá uma série de manifestações em Teresópolis. A programação começa às 14h, com o encontro das famílias dos desaparecidos na Praça Santa Teresa, no Centro. Às 17h, haverá a leitura de uma carta aberta das vítimas da tragédia de janeiro do ano passado. Ainda está programado um minuto de silêncio, às 18h. “Teremos a adesão até dos ônibus, que vão parar durante o minuto de silêncio. Pedimos que todos na cidade parem o que estiverem fazendo”, afirma Nina Benedito, diretora da Associação das Vítimas das Chuvas de Teresópolis (Avit).

Como forma de lembrar as vítimas da catástrofe, a prefeitura de Teresópolis inaugura, às 15h, no Cemitério Municipal Carlinda Berlim, um memorial em homenagem aos 392 mortos do município. Também será celebrada uma missa ecumênica às 19h, no Ginásio Poliesportivo Pedro Jahara (Pedrão), local que chegou a servir de abrigo para as vítimas da chuva.

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A maioria dos eventos é organizada por ONGs, que pedem à população para pendurar bandeiras brancas nas janelas de casa e fitas nos carros. Também estão previstas manifestações e protestos isolados, pela manhã, em bairros castigados pelas chuvas de 2011.

Em Nova Friburgo, representantes de movimentos sociais se reúnem a partir das 14h, na Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro. Com a presença de psicólogos, o intuito é relembrar a tragédia. Às 17h, tem início um ato público que deve seguir pelas ruas da cidade, com faixas e cartazes. Lá, as atividades estão sendo articuladas pelo Fórum Sindical Popular, que congrega 23 sindicatos e mais a associação de moradores. Eles denunciam que mais de 2 mil pessoas ainda vivem em área de risco e não recebem o aluguel social.

Em Petrópolis, haverá uma missa de um ano da tragédia, nàs 19h, na Igreja do Divino, no Vale do Cuiabá. Os desabrigados e desalojados na enxurrada do ano passado ainda aguardam a ajuda do poder público. Segundo a prefeitura, atualmente está em andamento a construção de casas nos seguintes bairros: Posse (144 unidades), na Mosela (140 unidades) e no Cuiabá (61 unidades em parceria com a Firjan).

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