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Advogado afirma que manifestantes recebem ‘bolsa-protesto’

Procuradoria Regional Eleitoral analisa abertura de investigação sobre envolvimento de partidos políticos no financiamento de manifestações. Defensor de acusados de matar cinegrafista, Jonas Tadeu Nunes diz que Caio Souza recebe 'salário mínimo' para participar de manifestações e que aliciadores dão 150 reais por protesto aos 'mais pobres'

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
12 fev 2014, 16h57

(Atualizado às 20h15)

Depois de afirmar que partidos políticos financiam a ação de integrantes do Black Bloc nos protestos de rua no Rio de Janeiro, o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende os dois acusados de matar o cinegrafista Santiago Andrade, disse que jovens recebem pagamentos regulares para promover atos de vandalismo e ataques à polícia. Em sua afirmação, Nunes diz que isso “não atenua” a situação dos acusados. Ele também assegura que entre os participantes das ações violentas há “pessoas muito pobres”, que passaram a receber 150 reais por manifestação e que são levadas em ônibus alugados para essa finalidade, numa espécie de “bolsa-protesto”. Nunes também afirmou que Caio Silva e Souza recebia um salário mínimo para atuar em protestos e, assim, ajudava a mãe, muito pobre, a pagar o aluguel da casa em Nilópolis, na Baixada Fluminense. A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro informou nesta quarta-feira que analisa se vai abrir processo para investigar a denúncia.

O advogado havia afirmado, em entrevista à rádio Jovem Pan, que jovens como Souza recebem “mesada” para participar de protestos. Disse que são jovens revoltados, com uma “certa ideologia” e que são “aliciados para participar de manifestação”. Sem citar os partidos ou organizações que fomentam os protestos, o advogado sugeriu investigar “vereadores e deputados”. E alegou estar em “sigilo profissional” para não dar nomes e apontar instituições.

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Leia trechos da entrevista de Jonast Tadeu Nunes à ‘Jovem Pan

De acordo com o jornal O Globo, Nunes também afirmou esta manhã que há um “esquema de pirâmide” para fazer os pagamentos – sem dar mais detalhes. Assegurou que “ativistas” operam os pagamentos e que os jovens cooptados sequer sabem a força dos explosivos.

É claro que qualquer verniz de ingenuidade sobre Caio Silva e Souza e Rafael Raposo Barbosa atende aos objetivos da defesa. O advogado, apesar de dizer que os fatos por ele revelados não alteram a situação dos acusados, também tenta convencer que Souza “não sabia que aquilo era um morteiro” e pensava estar diante de uma “cabeça de nego”. Esta última afirmação não é razoável. As bombas são bem diferentes e não é preciso ser especialista em armas ou fogos para distingui-las.

“Esse menino foi convocado, aliciado para participar de manifestações. Esses jovens são remunerados para isso. Não estou eximindo ele de responsabilidade, mas esses jovens são municiados”, afirmou o advogado.

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Como o Black Bloc matou as manifestações

A Polícia Civil não relaciona as declarações de Nunes com o assassinato do cinegrafista. No entanto, o chefe da instituição, Fernando Veloso, disse que “diversos inquéritos” investigam o financiamento e o aliciamento de manifestantes. A promotora Cláudia Condack, que vai ser responsável pela denúncia de Caio Souza e Fabio Raposo à Justiça, explicou que, mesmo sem ter recebido ainda o inquérito, é provável que o caso seja encerrado, sem necessidade de mais investigações, quanto à identificação dos responsáveis pelo lançamento do rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. De acordo com a promotora, o mais provável é que Souza e Raposo respondam por homicídio qualificado e crime de explosão – com pena total que pode chegar a 35 anos de prisão.

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(Com Estadão Conteúdo)

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