Advogado mostra foto do filho de Eliza ao goleiro Bruno

Em audiência na Justiça mineira, representante da mãe da jovem desaparecida tenta comover o jogador para convencê-lo a fazer novo exame de DNA

Por Andréa Silva, de Contagem (MG)
5 nov 2010, 15h28

“Estou confiante de que o goleiro vai ceder material para fazermos um novo exame em Minas. A cada dia o menino está mais parecido com ele”, diz o advogado José Arteiro

Para tentar comover o goleiro Bruno e convencê-lo a ceder material para mais um teste de DNA, o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa a mãe da jovem Eliza Samudio, mostrou ao jogador, na audiência realizada esta sexta-feira na Justiça Mineira, uma foto do menino Bruninho – filho da jovem. Eliza está desaparecida desde o dia 10 de junho e, para a polícia e o Ministério Público de Minas, teria sido seqüestrada e executada por Bruno e seus amigos.

Na fotografia o menino, agora com oitro meses, aparece ao lado da avó, com quem mora no Mato Groso do Sul. José Arteiro, que vem tentando convencer Bruno a fazer um novo exame de DNA para reconhecimento da paternidade, disse que levou a fotografia da criança, a pedido do próprio jogador. “Estou confiante de que o goleiro vai ceder material para fazermos um novo exame em Minas. A cada dia o menino está mais parecido com o Bruno. A diferença é a cor da pele, já que o Bruno é moreno e o menino, branquinho”, disse o advogado.

Arteiro garante que o exame de DNA realizado em um laboratório no Rio de Janeiro, que comprova ser Bruno o pai do garoto, já está pronto e que em breve a Justiça do Rio de Janeiro vai se manifestar. Recentemente, uma juíza do Vara de Família da capital Fluminense obrigou o Flamengo, time do qual o goleiro foi afastado, a pagar pensão alimentícia para a criança. O valor estipulado para a pensão seria de 17,5% do total do salário do atleta – o que daria, a quem tiver a guarda do menino, 18 mil reais mensais.

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Além de Bruno, os outros réus no processo também acompanham a audiência, realizada no Fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte e onde fica o presido Nelson Hungria, atual endereço dos réus. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, e a ex-amante, Fernanda Gomes de Castro, como nas sessões anteriores, sentaram-se lado a lado e demonstram intimidade. Curiosa, Dayanne, que passou a ser defendida pela advogada de Fernanda, Carla Silene Gomes, pediu ao ex-marido para ver a foto de Bruninho e riu bastante enquanto olhava a fotografia. Carla Silene não quis comentar os motivos da risada.

Processo – A audiência Desta sexta-feira foi marcada para que seja ouvido o agente de polícia Marcelo da Mata, da Delegacia de Homicídios de Contagem. Foi ele a primeira pessoa a receber a denúncia do sequestro de Eliza e o do filho e do assassinato da jovem. As denúncias recebidas por Mata teriam sido repassadas por um denunciante que supostamente soube do crime a caminho do Rio de Janeiro, no ônibus do time de futebol 100%, do goleiro Bruno.

O interrogatório estava previsto para começar às 8h30 mas houve atraso. Ás 10h10, os advogados dos réus anexaram 19 requerimentos ao processo e a juíza pediu um intervalo de uma hora para analisá-lo. Um dos pedidos foi do advogado de Bruno, Ércio Quaresma, para que os delegados responsáveis pelas investigações sejam ouvidos no processo. O interrogatório de Edson Moreira, Ana Maria Santos e Alessandra Wilke foram dispensados a pedido do promotor de Justiça Gustavo Fantini, que considerou que eles já haviam dito tudo que sabiam na fase policial do inquérito.