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Advogada de defesa dispensa depoimento da mãe de Eloá

Ana Cristina Pimentel chegou a se sentar no banco de testemunhas antes de ser dispensada. Ela olhou fixamente para Lindemberg enquanto entrava na sala

Por Cida Alves, de Santo André
14 fev 2012, 11h04

Um dia depois de ter armado uma cena no Fórum de Santo André para conseguir arrolar Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá Pimentel, como testemunha de defesa do julgamento de Lindemberg Fernandes Alves, a advogada Ana Lúcia Assad armou outra cena para retirá-la da lista de testemunhas. Lindemberg é acusado de matar Eloá em outubro de 2008.

Ana Cristina chegou a sentar no banco de testemunhas antes de ser dispensada. Ela fez questão da presença de Lindemberg no tribunal e o olhou fixamente para ele enquanto entrava na sala. “Não vi nenhum traço de arrependimento nele. E pelo gesto que fez, percebi que queria que eu livrasse a barra dele”, disse Ana Cristina na saída do fórum.

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Assim que a mãe de Eloá entrou no plenário, a advogada Ana Lúcia foi até a juíza Milena Dias e informou que desistia da testemunha. A plateia chegou a vaiá-la, o que fez com que a advogada pedisse para a juíza proibir os presentes de se manifestar. A promotoria tentou manter a testemunha, mas Ana Lúcia ameaçou deixar o plenário, outra vez.

A juíza informou que tanto a defesa quanto a acusação deveriam concordar com a dispensa de Crisitna para que o julgamento prosseguisse. A acusação decidiu abrir mão da testemunha para evitar a anulação do julgamento.

Embora dissimulada, a estratégia da defesa ficou evidente. Nesta segunda-feira, a advogada Ana Lúcia convocou Ana Cristina como testemunha para que a mãe de Eloá não pudesse estar na plateia durante o primeiro dia de julgamento e, assim, não demonstrasse sentimentos que pudessem comover os jurados. Porém, agora que foi dispensada, Ana Cristina disse que acompanhará o julgamento até o fim. “Vou continuar até o último momento, até que Deus me dê força”, afirmou. “Eu me senti humilhada por não poder falar tudo aquilo que eu queria. Olhar no olho do Lindemberg e saber porque ele matou a minha filha. Ele não tinha motivo para fazer isso”.

Depois do episódio do cancelamento do depoimento da mãe de Eloá, Ana Lúcia Assad não voltou a falar com a imprensa. Ela foi hostilizada pelas pessoas que acompanham o julgamento do lado de fora e precisou ser escoltada por policiais. Na volta do almoço, entrou pela porta de trás do Fórum.

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Irmão – Após o cancelamento do depoimento da mãe de Eloá, foi ouvido o irmão mais novo da vítima, Everton Douglas Pimentel, de 17 anos. Ele foi arrolado como testemunha pela defesa junto com Ana Cristina no primeiro dia do julgamento. A defesa quis dispensar também Douglas, mas foi feito um acordo e mantido o testemunho do irmão, que apresentou Lindemberg a Eloá. Por ser menor de idade, o depoimento foi acompanhado pela mãe.

Durante quase uma hora, Douglas reforçou o testemunho do irmão mais velho, Ronickson Pimentel, referindo-se a Lindemberg como uma pessoa agressiva e ciumenta. Em todo momento ele lamentava o desfecho trágico de sua amizade com o réu. “Infelizmente ele continuou sendo um dos meus melhores amigos depois que terminou com a Eloá e acabou acontecendo isso”, afirmou.

Douglas também confirmou que, no dia do crime, esteve com Lindemberg pela manhã e que o motoboy, usando uma desculpa, o deixou no Parque do Pedroso, sem o celular, incomunicável e afastado de casa. Logo depois invadiu o apartamento e fez Eloá e três amigos reféns. O testemunho do irmão mais novo pode prejudicar a argumentação da defesa de que o crime não foi premeditado. Douglas contou ainda que a mãe havia pedido para que não levasse Lindemberg ao apartamento quando Eloá estivesse.

A defesa tentou que Douglas falasse do pai, que teve que fugir após o episódio porque era procurado pela polícia. Também repetiu para o rapaz as mesmas perguntas que fez a Ronickson sobre a espingarda que estaria dentro do apartamento da família e sobre a relação dos irmãos de Eloá com o sobrinho de Lindemberg, Diego. Ele disse que não sabia da existência da arma e que a relação com Diego era amizade.

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O julgamento foi retomado por volta de 14 horas e está sendo ouvido neste início de tarde o jornalista Rodrigo Hidalgo como testemunha de juízo.

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