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A vez dos evangélicos: Feliciano não nos representa

Lelis Washington Marinhos, relator do conselho político da Convenção Geral das Assembleias de Deus, afirma: “Feliciano não fala em nome da Assembleia de Deus"

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 abr 2013, 12h15

O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) pode não representar a militância gay, os fã-clubes de John Lennon ou Caetano Veloso, mas representa, sim, os mais de 200 mil eleitores que lhe garantiram seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Sua eleição em 2010 não o autoriza, porém, a falar em nome de todos os evangélicos – ou mesmo da Assembleia de Deus, denominação a que pertence. É o que deixa claro Lelis Washington Marinhos, relator do conselho político da Convenção Geral das Assembleias de Deus: “Feliciano não fala em nome da Assembleia de Deus.” Ou seja: se você é evangélico e também se assusta com alguém que envolve Deus em questões mundanas como a decisão de Mark Chapman de apertar o gatilho contra o Beatle que compôs ‘Give Peace a Chance’, tenha paciência. Marco Feliciano não representa oficialmente todos os fiéis pentecostais.

Ironias à parte, a declaração de Marinhos guarda distância das campanhas intransigentes movidas na internet contra o pastor, sob o mote “não nos representa”. Os evangélicos não compõem uma unidade política e não há razão para que um deputado os represente em sua totalidade. Ao contrário: cada denominação, cada corrente, cada pastor tem autonomia para mobilizar os fiéis e ajudar a eleger seus candidatos favoritos, de diferentes partidos. Assim, líderes evangélicos frequentemente disputam um mesmo eleitorado. E a súbita notoriedade de Feliciano pode começar a incomodar outros candidatos evangélicos.

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O saldo eleitoral das declarações de Feliciano, admite Marinhos, até o momento tende a ser positivo. “Tudo indica que essa aparição, essa presença forte na mídia, aumente a votação”, diz Marinhos. No entanto, o pastor pondera que está nas mãos do Partido Social Cristão aproveitar a visibilidade de Feliciano e emplacar mais candidatos pentecostais, com o que a Assembleia de Deus espera atingir sua meta de eleger pelo menos um deputado federal e um estadual em cada unidade da federação.

Por enquanto, no entanto, não há intenção de usar a imagem de Feliciano como ponto central da campanha – pelo menos não na Assembleia de Deus. “Ele não representa o pensamento da igreja, muito embora a igreja o tenha apoiado nesse episódio por entender que a bancada evangélica não pode ser penalizada”, argumenta Marinhos, para quem o caso de Feliciano serviu como ponto de partida para um grupo de parlamentares explorar de forma negativa o crescimento dos evangélicos na política. “A escolha dele na comissão é uma questão meramente política e partidária”, afirma. Feliciano tem um pensamento “autônomo”, como reforça o relator do conselho político da Assembleia de Deus.

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O barulho causado por Feliciano serviu, ainda que com fortes reações, para ampliar a visibilidade dele e do PSC. Longe do microfone da Comissão de Direitos Humanos, no entanto, os líderes evangélicos tentam evitar que os que não creem que Deus tenha matado John Lennon, derrubado o avião dos Mamonas Assassinas ou afundado o Titanic passem a ver essas posições como uma “opinião evangélica”. “Com certeza uma pessoa não morreria por drogas se tivesse na igreja. Não há pessoas viciadas aqui porque elas saem dessa vida na igreja. Recentemente um grande cantor (Chorão, no Charlie Brown Jr.) morreu de overdose. Isso não aconteceria, por exemplo, se ele tivesse buscado a igreja. Mas Deus não é vingativo, são os erros humanos que propiciam determinada consequência. Deus não tem prazer na morte.”

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