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A dificuldade do PT para achar um candidato em São Paulo

Partido pretende anunciar seu candidato ao Palácio dos Bandeirantes no dia 10 de agosto; preferido de Lula é o do ministro da Saúde, Alexandre Padilha

Por Felipe Frazão 21 jul 2013, 14h01

“Não sabemos o que vai acontecer, nem com o Padilha. Ele também teve de se recolher e percebeu que o cenário de um mês atrás não vale para agora”, Emídio de Souza, futuro presidente estadual do PT

A vinte dias da data em que deseja apresentar seu candidato ao governo de São Paulo, em um encontro em Bauru, no interior do estado, o PT não consegue definir quem disputará a eleição para o Palácio dos Bandeirantes. Nome favorito do ex-presidente Lula, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, diminuiu o ritmo da pré-campanha no estado e acabou chamuscado pela péssima repercussão do programa do governo federal para importar médicos estrangeiros.

Desde junho, as articulações no PT para o Bandeirantes arrefeceram com a onda de protestos que varreu o país. Inicialmente, o partido tentou usar as passeatas para atingir o governo Geraldo Alckmin (PSDB), mas o tiro saiu pela culatra. Militantes petistas infiltrados nas passeatas foram hostilizados e as bandeiras vermelhas acabaram rasgadas. Mais: uma das vitrines petistas, a prefeitura de São Paulo, também virou alvo e foi depredada.

“As mobilizações mudaram muito a conjuntura e a prioridade acabou sendo não definir o candidato a governador, e sim tentar entender e se inserir na pauta das mobilizações”, diz o presidente do diretório paulista, deputado estadual Edinho Silva. “Acredito que no encontro do interior o PT deve chegar com um nome a apresentar para a militância.”

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Antes do evento no interior de São Paulo, o diretório estadual se reunirá no dia 27. Para o ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza, que deve assumir o PT paulista e coordenar a campanha ao Bandeirantes, o ideal era o partido ter escolhido o candidato até junho. “Os fatos se sobrepuseram à estratégia. Estamos no meio de um terremoto e precisamos nos proteger”, diz. “Estamos perplexos com a crise ainda e buscando saída. Não sabemos o que vai acontecer, nem com o Padilha. Ele também teve de se recolher e percebeu que o cenário de um mês atrás não vale para agora”, completa.

Neste mês, quando o PT pretendia ter oficializado o nome candidato ao Palácio dos Bandeirantes, o governo federal lançou o programa Mais Médicos – que deixou o potencial candidato desgastado, por causa da controversa iniciativa. Além disso, Padilha voltou a ganhar a concorrência interna do ministro Aloizio Mercadante, que embora seja titular da pasta da Educação tornou-se uma espécie de porta-voz de todos os assuntos do governo Dilma Rousseff. Publicamente, Mercadante afirma que não pretende voltar a disputar o Bandeirantes – ele perdeu em 2006 e 2010.

Padilha foge cada vez mais do assunto candidatura. O ministro passou a dizer que “todas as suas atenções estão voltadas para os desafios da pasta”. E tende a permanecer recluso em Brasília, por recomendação de Dilma. O efeito pode ser percebido pela frequência bastante menor com que tem peregrinado por São Paulo, mesmo em compromissos oficiais do ministério. A agenda de Padilha está mais restrita neste mês: até agora, passou por São Paulo apenas duas vezes.

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O ritmo contrasta com o dos três meses anteriores. Padilha circulou no estado onze vezes em abril e outras onze em maio: esteve no ABC paulista e no interior, participou do Programa do Ratinho, no SBT, e da Missa Dominical do Padre Marcelo Rossi. Em junho, foram apenas sete visitas ao estado onde mora – uma delas para gravar entrevista ao Programa do Jô, da TV Globo.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, escancarou na última segunda-feira a dificuldade do partido em achar um candidato durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Além de Padilha, citou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.

Aliados – Enquanto o PT não se define, o PMDB assiste à distância. No levantamento feito pelo Datafolha, dia 1º de julho, o presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, apareceu com 19% das intenções de voto, desempenho que surpreendeu o comando do partido. O nome de Skaf, entretanto, sofre resistência no diretório da capital, loteado pelo grupo político do deputado federal Gabriel Chalita.

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Outro aliado cobiçado é o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. A sigla, porém, só definirá seu futuro quando PT e PSDB definirem seus candidatos.

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