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A cada dois dias, três fios de alta tensão caem em SP

Carga de energia pode chegar a 13.000 watz, segundo bombeiro; fiação acumulada em poste pode ter causado incêndio em favela da Zona Sul

Por Da Redação
8 set 2014, 10h56

A cada dois dias, são registradas três quedas de fios elétricos que ficam pendurados em postes na região metropolitana de São Paulo, segundo relatório do Corpo de Bombeiros feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo. O balanço da corporação foi realizado entre o primeiro dia de janeiro e 10 de julho deste ano e registrou 92 ocorrências.

Na capital, foram registrados 63 casos de queda de fiação em 2014 entre os meses de janeiro e julho, segundo o levantamento do Corpo de Bombeiros. A concessionária responsável pela fiação e fornecimento de energia é a AES Eletropaulo. A empresa também é a responsável pela instalação dos postes usados por ela e diversas empresas de telecomunicações para pendurar fios.

Incêndio – A queda de um fio de alta tensão pode ter sido a causa de um incêndio de grandes proporções que atingiu uma favela no bairro Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo, na noite deste domingo. O estopim do incêndio ainda não é conhecido, porém moradores relatam a possibilidade de problemas elétricos terem levado ao início do fogo. As chamas destruíram centenas de moradias e deixaram cerca de 2.000 pessoas desabrigadas.

Para o Corpo de Bombeiros, as estruturas de barracos contribuíram para que as chamas se espalhassem rapidamente. Vinte equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas para a favela, localizada na Avenida Jornalista Roberto Marinho. Após horas de trabalho, os bombeiros conseguiram controlar as chamas no início da madrugada de segunda-feira.

Segundo os bombeiros, os fios que se partem e caem sobre as vias públicas podem estar energizados com até 13.000 watts de potência. “Uma fiação elétrica quando cai libera uma grande quantidade de energia. Ela se dissipa e pode colocar fogo em um carro”, explicou o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros. Em julho uma pessoa morreu eletrocutada no Tatuapé, na Zona Leste, após um fio de energia cair sobre seu carro.

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Ainda segundo ele, quedas de galho, tempestades, obras e outras interferências podem fazer com que esses fios se partam. “O que verificamos nesses casos é que não são ocorrências causadas pela fiação. Geralmente são fatores externos que caem sobre o fio, como árvores, muros e construções irregulares. É um problema do crescimento desordenado da cidade”, disse.

Atualmente, segundo a Prefeitura e as concessionárias, são 69.000 quilômetros de fios na rede aérea. Por ano, a concessionária lucra 100 milhões de reais com o aluguel dos postes. A empresa afirma que o lucro é usado para deduzir o valor da conta de eletricidade dos clientes.

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Enterramento – O problema dos rompimentos de fios energizados vem ao encontro de uma discussão da cidade: o enterramento da rede aérea das ruas da capital. Apenas 40% dos fios na cidade de São Paulo estão no subterrâneo.

A prefeitura e as concessionárias envolvidas travam uma briga para saber de quem é a responsabilidade sobre o enterramento de fios – o alto custo é um grande entrave. A administração municipal repassa a responsabilidade para as empresas e as concessionárias alegam que são reguladas por órgãos federais e dizem que as obras são de alto custo.

Mais cara – O presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, afirmou que, se não houvesse postes para pendurar os fios de energia e de outros serviços, a conta da eletricidade do consumidor final seria mais cara.

“O dinheiro do aluguel dos postes não fica com a concessionária. O dinheiro abate o valor da conta que é repassada para o consumidor. Se o poste não fosse compartilhado com outros serviços, a conta seria mais cara”, explicou.

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(Com Estadão Conteúdo)

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