80% das vítimas de violência não procuram a polícia
Pesquisa da Secretaria Nacional de Segurança Pública ouviu 78 mil pessoas em cidades com mais de 15 mil habitantes
A Secretaria Nacional de Segurança Pública, em parceria com o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, divulgou pesquisa realizada com 78.000 pessoas de 346 municípios com mais de 15.000 habitantes. Na coleta de dados realizada entre 2010 e 2012, oito em cada dez pessoas disseram ter sido vítima de crimes e ofensas, mas não procuraram a polícia para registrar a ocorrência. A violência aconteceu nos 12 meses anteriores à pesquisa.
As menores taxas de notificação aos órgãos de segurança são registradas na região Nordeste (15,8%), especialmente na Paraíba (11%), na Bahia (13,7%), no Rio Grande do Norte (14,2%) e em Pernambuco (14,6%). Entre as capitais, João Pessoa (PB) tem a taxa mais baixa (8,5%), seguida por Salvador (12,2%) e Natal (15,1%).
De acordo com o levantamento, aproximadamente 80% dos entrevistados disseram confiar pouco ou não confiar nas polícias Militar e Civil. E 60% sentem que a criminalidade aumentou nos últimos 12 meses.
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Mais de 30% já foram vítimas de crimes ou violênc
Veículos – O roubo de carros apresentou maior taxa de notificação (90%), seguido pelo roubo de moto (80,7%). Os casos em que as vítimas procuram menos a polícia são discriminação (2,1%), ofensa sexual (7,5%), fraudes (11,6%) e agressões (17,2%).
Quem mais relata crimes e ofensas à polícia são vítimas que compõem a classe A (22,9%) e têm nível superior (24,2%).
Entre as 78.000 pessoas ouvidas pelo levantamento, 14,3% dos entrevistados sofreram algum tipo de agressão ou ameaça no último ano e 10,7% viveram episódios de discriminação.
(Com Agência Brasil)