Violência atinge Nigéria após resultados do pleito
Presidente cristão foi reeleito em primeiro turno, mas maioria muçulmana protesta contra vitória
Depois de observadores internacionais terem declarado que a eleição em curso na Nigéria é a mais justa das últimas décadas, o otimismo deu lugar à brutalidade. Diversas cenas de violência foram registradas nas últimas horas no norte do país, em protesto pelo resultado do pleito presidencial. Dados divulgados nesta segunda-feira pela comissão eleitoral atestaram a reeleição de Goodluck Jonathan com 22 milhões de votos. Ele é um cristão do sul e governa o país de maioria muçulmana.
Após a divulgação dos primeiros resultados preliminares, a imprensa local informou nesta segunda-feira que uma multidão rodeou a prisão de Zaria, ateou fogo no edifício e obrigou os guardas a libertar os presos. O governo impôs um toque de recolher durante o dia todo no estado de Kaduna (centro-norte), onde fica a prisão, e mobilizou agentes de segurança para dispersar os manifestantes. Os distúrbios se estenderam a outros estados do norte do país, de maioria muçulmana. Além disso, a residência privada do vice-presidente da Nigéria, Namadi Sambo, foi atacada nesta segunda por vários manifestantes.
As forças de segurança detectaram os primeiros protestos nos estados de Bauchi e Gombe, nas quais pelo menos 10 pessoas morreram e vários edifícios e carros foram incendiados. Mais tarde, no estado de Sokoto, as autoridades se viram obrigadas a mobilizar agentes armados para dispersar uma multidão que tinha ateado fogo em várias casas e edifícios. A capital nigeriana, Abuja, também foi palco de alguns episódios violentos.
Resultados – Membros do Congresso para a Mudança Progressista (CPC, em inglês) e o ex-chefe de Estado e candidato à Presidência Muhammadu Buhari contestaram os resultados em vários estados do país, alegando que os números oferecidos não eram compatíveis com a quantidade de eleitores.
Segundo os resultados completos anunciados nesta segunda-feira pela comissão eleitoral Jonathan venceu a eleição presidencial em primeiro turno com mais de 22 milhões de votos em todos os 36 Estados mais a capital. Buhari, seu principal oposicionista, teve cerca de 12 milhões de votos. Como os votos de Jonathan somam mais de 25% dos votos em pelo menos três quartos dos Estados do país – requisito para se evitar um segundo turno – ele já foi reeleito presidente. O chefe da comissão eleitoral, porém, ainda não declarou oficialmente Jonathan como vencedor.
(Com agência EFE e Estado)