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Rússia rejeita pressão americana por entrega de Snowden

Ex-técnico da CIA permanece em Moscou esperando asilo político do Equador

Por Da Redação
26 jun 2013, 10h19

A Rússia disse nesta quarta-feira que “nenhuma ameaça americana obrigará o país a entregar Edward Snowden”, o ex-técnico da CIA acusado por Washington de espionagem que pediu asilo político ao Equador e que está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou. O governo dos Estados Unidos solicitou a extradição de Snowden, que desembarcou no domingo em Moscou, procedente de Hong Kong.

Snowden admitiu ter sido o responsável, no início deste mês, pelo vazamento de informações sobre programas secretos de vigilância da administração Barack Obama. As revelações feitas pelo homem de 29 anos, que também prestou serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), mostraram que o governo americano mantém ou tem a capacidade de manter cada cidadão do mundo sob constante vigilância. O caso aumentou a desconfiança em relação à administração Obama, que já vinha sendo atingida por denúncias de perseguição à imprensa e a grupos conservadores.

“As ameaças dos Estados Unidos contra a Rússia e a China no caso Snowden não darão nenhum resultado”, afirmou, no Twitter, Alexei Pushkov, presidente da comissão das Relações Exteriores da Duma (câmara baixa do Parlamento russo). O secretário americano de Estado, John Kerry, alertou Moscou e Pequim que o caso Snowden terá consequências nas relações com os Estados Unidos.

Na terça-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou a chegada ao país do homem mais procurado do mundo no momento e negou que Snowden estava sendo entrevistado pela inteligência russa. “Só podemos entregar cidadãos estrangeiros para países com os quais temos tratados de extradição de criminosos. Com os Estados Unidos, não temos tal tratado”, justificou Putin.

Documento – Segundo uma fonte citada pela agência russa Interfax, Snowden permanece na zona de trânsito do aeroporto de Moscou por não ter um documento de viagem válido, depois que Washington cancelou seu passaporte. “O passaporte americano de Snowden está cancelado e não há nenhum outro documento que certifique sua identidade. Portanto, não existe outra alternativa além de permanecer no terminal de embarque de Sheremetyevo, já que ele não pode nem entrar na Rússia nem comprar uma passagem”, explicou uma fonte à agência de notícias.

“Não há dependências secretas no aeroporto. Mas há quartos para o descanso das tripulações e seguranças, também na zona de embarque. O senhor Snowden poderia estar em um desses quartos”, disse um funcionário do aeroporto de Sheremetyevo. Na segunda-feira, Julian Assange, fundador do site de vazamentos WikiLeaks, que está ajudando Snowden em sua fuga da Justiça americana, explicou em uma conferência telefônica com jornalistas que o ex-técnico da CIA recebeu um documento de refugiado do governo do Equador para poder viajar.

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Voo – Segundo a Aeroflot, companhia aérea nacional da Rússia, Snowden não fez reserva em qualquer voo para os próximos três dias.O caminho lógico a seguir, e para o qual ele chegou a ter uma reserva, seria um voo da empresa via Havana. A oferta de voos alternativos, enquanto os Estados Unidos pressionam outros países a não recebê-lo ou para prendê-lo no momento da chegada, seria limitada.

“Eles não estão voando hoje, nem ao longo dos próximos três dias”, disse um representante da Aeroflot no balcão de transferência do aeroporto de Sheremetyevo quando perguntado se Snowden e sua advogada, Sarah Harrison, tinham passagens para embarcar em algum voo nesta quarta-feira. “Eles não estão no sistema.” Snowden não foi visto em público, mas autoridades russas dizem que ele está à espera da resposta ao pedido de asilo no Equador. O governo de Rafael Correa, ironicamente notabilizado pelo cerco à imprensa e ao Judiciário, está estudando o caso.

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Equador defende Snowden e avalia pedido de asilo

Venezuela – Enquanto isso, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na terça-feira que analisará um eventual pedido de asilo político por parte de Edward Snowden. “Não recebi um pedido oficial, mas se ocorrer avaliaremos isto”, afirmou Maduro em Porto Príncipe ao final de uma reunião com o presidente haitiano, Michel Martelly. “Snowden deveria receber uma medida humanitária mundial pela informação que ele divulgou. O que aconteceria se o mundo inteiro soubesse que a Venezuela faz espionagem? Certamente, convocariam o Conselho de Segurança da ONU”, acrescentou Maduro.

Snowden deixou o Havaí em 20 de maio e viajou a Hong Kong, onde vazou à imprensa informações confidenciais sobre a existência do programa de espionagem Prism. A rede oficial de bisbilhotagem permite ao governo americano vasculhar gravações telefônicas e de internet, além do tráfego em redes sociais, de milhões de americanos. A revelação se transformou no mais novo escândalo da gestão Obama e deixou estarrecidos os defensores das liberdades civis.

(Com agências EFE, France-Presse e Reuters)

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