Pequim quer criar “zona de defesa aérea” no Mar do Sul da China
Governo chinês está disposto a reagir caso sinta sua soberania no território marítimo ameaçada, após decisão contrária do Tribunal de Haia
O governo chinês prometeu se manter em alerta e não mediu críticas sobre decisão do Tribunal Internacional de Haia, após ter seu pedido de soberania no Mar do Sul da China negado. Através de um comunicado, o vice-ministro das Relações Exteriores do país, Liu Zhenminm, declarou que a China se vê no direito de criar uma “zona de defesa aérea” no perímetro que considera ser de sua posse, caso se sinta ameaçada.
O veredito da corte Permanente de Arbitragem de Haia (APC) foi divulgado na terça-feira, depois de três anos de processo judicial. A decisão é favorável às Filipinas, que também defendem direitos de explorar o território marítimo, o qual inclui rotas de comércio vitais e potenciais depósitos de petróleo e minerais.
Em resposta, o governo chinês já deixou claro que não irá levar em consideração a decisão do tribunal e o presidente Xi Jinping comunicou que “a soberania territorial e os direitos marítimos” da nação asiática não serão afetados de forma alguma. Para assegurar seu espaço, Pequim está disposta, inclusive, a aumentar a tensão militar na região.
Ao apresentar o relatório do governo que critica a avaliação de Haia, nesta quarta-feira, o vice-ministro afirmou que espera que todos os países possam “trabalhar com a China para proteger a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China, ao invés de deixá-lo se tornar a origem de uma guerra”. Ainda assim, Zhenminm declarou que Pequim irá estabelecer a zona de defesa aérea “caso a sua segurança seja ameaçada”.
Em suas publicações oficiais, o governo chinês chamou o tribunal de Haia de “um lacaio de forças externas” e disse que a decisão “será lembrada como motivo de chacota na história da humanidade”. “Nós não reivindicamos um centímetro de terra que não pertence a nós, mas não vamos abrir mão de nenhum pedaço que seja”, publicou o Partido Comunista em um de seus jornais oficiais, o People’s Daily. “A China obviamente não irá aceitar tais provocações políticas”, escreveu.